O fracasso confessado de viva voz
Sem maiores realizações a comemorar e sem ter sequer um esboço de projeto de futuro para a nação, o governo Lula 3 chega à metade do mandato como se não tivesse existido.
São dois anos exemplares do que é uma administração absolutamente disfuncional e incompetente. Um verdadeiro deserto de ações.
Não são os adversários políticos que estão falando isso e também não é a voz da maioria dos brasileiros dizendo que a coisa tá ruim, como vem se ouvindo nas mais recentes pesquisas de opinião.
Ninguém menos que o próprio presidente ungido pelas urnas eletrônicas acaba de reconhecer que a sua gestão vai de mal a pior.
Palavras dele, ditas em alto e bom som ao abrir na última segunda-feira (20) a primeira reunião ministerial do ano: “O governo não entregou tudo o que foi prometido para o povo na campanha de 2022.”
Se resolvesse falar a verdade, o Grande Guia do PT teria dito que o governo não entregou quase nada e é uma decepção total para seus eleitores.
Fingindo que o problema do governo não é ele, Lula dedicou sua fala a passar uma sonora descompostura nos subalternos (que estão lá porque ele os escolheu, é bom lembrar) pela ineficiência na produção de resultados reais, palpáveis e efetivos, não tanto para melhorar o país, mas, principalmente, para fortalecer sua candidatura à reeleição em 2026.
Numa referência direta ao desastroso episódio do Pix, o petista vociferou que “daqui para a frente, nenhum ministro vai poder fazer portaria que depois crie confusão para nós, que daqui a pouco arrebenta e vem cair na presidência da República.”
Para ser ainda mais claro no recado à equipe, Lula, o infalível, pródigo em apontar os erros dos outros, sem jamais admitir os seus, foi enfático: “Daqui para a frente, a gente não pode mais inventar nada. Nós não podemos falhar e não temos o direito falhar.”
Já é um avanço, aliás, ele ter descoberto que invencionices não dão certo.
Irritado com o próprio insucesso, o comandante da nau sem rumo reclamou até dos preços dos alimentos, sem mencionar, é óbvio, que eles estão caros em grande parte devido à alta da inflação e do dólar, gerada pelo descontrole das contas públicas e pela má gestão da economia, tarefa que é de sua inteira responsabilidade.
Quase à mesma hora, por ironia do destino, acontecia em Washington a posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, acrescentando uma dose a mais de baixo astral no clima de velório que marcou o encontro dos ministros em Brasília.
Naquele instante, Lula deve ter amaldiçoado o dia em que teve a infeliz ideia de dar palpite na eleição norte-americana anunciando seu apoio à candidatura de Kamala Harris e chamando Trump de nazista e fascista.
Além de interferir na política interna de outro país, atitude que sempre condenou nos outros, o sábio guru das esquerdas apostou no cavalo (ou cavala?) errado, perdeu o páreo e agora vê-se obrigado a meter o rabo no meio das pernas.
Talvez o presidente Trump, num gesto de misericórdia, algum dia o perdoe – afinal, Lula não tem a menor importância no cenário da geopolítica mundial – ,mas certamente não esquecerá seu nome.
O Brasil vive um dos momentos mais lamentáveis e vergonhosos de sua história. Parabéns aos envolvidos.