O caminho se faz ao caminhar
Ensina uma clássica regra da política que ninguém é candidato de si mesmo, ou seja, nenhum postulante a qualquer cargo eletivo vai muito longe se estiver movido apenas por sua ambição pessoal.
Em essência, o êxito de uma carreira na vida pública, especialmente quando se almeja o posto máximo de uma nação, não é algo que se busca sozinho, queimando etapas e atropelando tudo o que se encontrar pela frente para atingir o objetivo.
O final não será bom.
É fundamental que o pretendente, além dos atributos imprescindíveis de liderança e popularidade, tenha o respaldo de um amplo conjunto de forças e demonstre espírito conciliador e agregador para somar novos apoios e ampliar alianças.
Isso é o que diferencia um projeto viável de uma simples aventura.
Isso é o que dá consistência ao legítimo desejo do governador Ratinho Junior de candidatar-se à presidência da República. Ele preenche os requisitos citados.
Passo a passo, sem açodamento, com humildade, serenidade e respeito aos adversários, consciente de que tem pela frente enormes obstáculos a serem superados, ele vem dando corpo e forma à sua aspiração.
Ratinho não está em campanha.
Mas as circunstâncias o estão empurrando naturalmente para ela.
Tendo conquistado visibilidade nacional pelas expressivas realizações de seus dois mandatos, que levaram o Paraná a ultrapassar o Rio Grande do Sul e tornar-se a quarta economia do país e colocaram a educação do Estado no ranking do Ideb como a melhor do país, entre outros avanços nas áreas da saúde, da segurança, da infraestrutura, da geração de empregos, da atração de investimentos e da inovação, feitos reconhecidos na votação histórica que obteve em sua reeleição, nos índices recordes de aprovação de sua gestão e na vitória de seus candidatos a prefeito na maioria dos municípios paranaenses, o governador deixou de ser um nome mencionado no rodapé das colunas políticas para ganhar espaço nas matérias da grande imprensa que tratam da próxima sucessão presidencial.
Em uma das reportagens mais recentes, por exemplo, especulou-se que uma possível coligação de direita poderia unir o PSD e o Novo com Ratinho na cabeça de chapa e o governador Romeu Zema como candidato a vice, fruto da ótima afinidade que existe entre ambos. Nas pesquisas que vêm medindo a temperatura da disputa presidencial, Ratinho também está em destaque, com pontuações que o posicionam como um dos concorrentes mais competitivos.
Para fechar o ano com chave de ouro, ele ganhou, em mais uma prova do seu prestígio, um palco que vai mantê-lo ainda mais evidência pelos próximos meses: foi escolhido por seus colegas governadores para presidir o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), que reúne os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, agora oficialmente formado para defender junto à União uma agenda de desenvolvimento socioeconômico e de políticas públicas de interesse comum das duas regiões.
Sêneca disse que sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade, ao descrever o sucesso como resultado de muita dedicação e trabalho duro.
O jogo que elegerá o próximo presidente do Brasil ainda não começou. Mas Ratinho está pronto para entrar em campo.
2 comentários
Edvino Borkenhagen · 03/12/2024 às 15:40
Ler o que Caio Gottlieb escreve, geralmente nos faz querer mais, por saber usar as palavras mais adequadas, e saber dizer o que quer dizer.
No caso de Ratinho Junior, considero tudo muito plausível, pois não tecer elogios, a respeito do que é público e notório.
Não foi acidente de tecnologia que foi reeleito, mas por eleitores satisfeitos que o reconduziram.
Parabéns, Caio!
Vida longa, ao Governador!
Jose Inglez da Silva · 03/12/2024 às 10:13
O Paraná nunca esteve tão próximo de eleger um de seus “filhos” ao cargo máximo do Executivo nacional.