O escandaloso descaso com as vacinas
Para qualquer setor do governo Lula que se olhe, os sinais de ineficiência, incompetência e inoperância são visíveis.
Mas nada supera a desastrosa condução do Ministério da Saúde. É uma trapalhada atrás da outra.
Dados oficiais obtidos pelo jornal O Globo e divulgados nesta quarta-feira (13) revelam que a administração federal deixou vencer 58,7 milhões de vacinas desde 2023, após o petista iniciar seu terceiro mandato na presidência.
Talvez seja a pior coisa que poderia acontecer para um governo que se elegeu criticando duramente a gestão do seu antecessor na área.
Pelos cálculos apresentados na reportagem, a quantia de imunizantes jogada no lixo nos últimos dois anos, somando um custo de quase 2 bilhões de reais, daria, por exemplo, para adquirir 6 mil ambulâncias do padrão utilizado pelo Samu ou 101 milhões de canetas de insulina, que ficaram em falta nos postos de saúde do país no primeiro semestre.
Das substâncias inutilizadas, três de cada quatro eram para proteção contra a Covid-19, que registrou recentemente novos picos de infecção. O descarte também atingiu vacinas contra a DTP (difteria, tétano e coqueluche), febre amarela e meningite meningocócica.
Há duas explicações básicas para o inaceitável desperdício das medicações: lotes recebidos perto do vencimento, o que demonstra um erro primário de logística, e baixa procura pelas vacinas, problema que poderia ser resolvido com boas campanhas pró-imunização, estratégia onde praticamente não houve investimentos.
Muito pior, porém, do que as vultosas perdas financeiras, foi o prejuízo para a saúde de milhões de brasileiros de todas as faixas etárias que ficaram vulneráveis a enfermidades graves, altamente letais.
A estas alturas, será que já dá pra chamar o atual governo de genocida?