Ao menos para que ninguém se esqueça
Por mais que certos ministros do Supremo Tribunal Federal, para a alegria do PT e de seus aliados, estejam empenhados, com feroz determinação, em liquidar de vez com o que ainda resta da Lava Jato, volta e meia, teimosamente, ela ressurge para desafiar a Corte e lembrar a todos os brasileiros que o complô de políticos e empresários que dilapidou os cofres da Petrobras, no maior esquema de ladroagem de dinheiro público da história do país, permanece praticamente impune, com seus principais envolvidos desfilando livremente por aí e até ocupando os mais importantes cargos da República.
Em que pese a operação ter sido desmantelada, não existindo mais oficialmente, muitos processos que dela se originaram seguem produzindo consequências e trazendo incômodos aos participantes da roubalheira.
É o caso de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal, um dos mais notórios personagens do escândalo, que teve há poucos dias nova prisão decretada pela Justiça Federal de Curitiba em decorrência de uma sentença transitada em julgado, sem possibilidade de recurso, pelos crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro, em uma ação proveniente da Lava Jato.
Condenado em princípio a 98 anos de cadeia em regime fechado, ele acabou sendo beneficiado com a redução do tempo de reclusão para 39 anos, 2 meses e 20 dias em razão de atenuantes jurídicos, mas sem mudança na forma de execução da pena.
Por ora, Duque é considerado foragido pela Polícia Federal, que não o havia encontrado até esta quinta-feira (25) para cumprir o mandado de detenção expedido pelo juiz federal Alessandro Rafael Bertollo Alexandre.
Sabe-se, porém, que seus advogados já direcionaram ao STF, mais precisamente ao ministro Dias Toffoli, em caráter sigiloso e urgente, uma petição para não iniciar o cumprimento da pena, utilizando os mesmos argumentos que já levaram à anulação de dezenas de inquéritos e processos da Lava Jato e que deram respaldo, por exemplo, à “descondenação” de Lula.
Até agora Toffoli ainda não anunciou sua decisão a respeito do pedido, mas ninguém imagina que ele irá deixar de atender um valoroso companheiro petista com irretocável currículo de realizações em favor do povo pobre desta nação.
Duque vai continuar dormindo tranquilo. Ele sabe que, no Brasil, no frigir dos ovos, o crime compensa.
2 comentários
Olavo Arsenio Fank · 02/08/2024 às 12:17
Por ter labutado algum tempo no meio jurídico eu entendi que há muita gente boa… mas o que há de desvios de conduta é coisa que se alguém contasse eu não acreditaria.
JOSE ALBERTO DIETRICH FILHO · 26/07/2024 às 18:54
Corte ? Que Corte ?