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Um fiasco atrás do outro

Publicado por Caio Gottlieb em

Como sempre, Deus escreve certo por linhas tortas.

O sábio e infalível dito popular aplicou-se desta vez na anulação do polêmico e desnecessário leilão realizado pelo governo Lula para torrar 7 bilhões de reais na importação de 300 mil toneladas de arroz com o discutível objetivo de ampliar a oferta do alimento no mercado interno visando, segundo a esfarrapada justificativa oficial, conter um supostamente possível aumento dos preços devido às enchentes que devastaram as lavouras do Rio Grande do Sul, principal produtor do cereal no país.

Embora alertado até por aliados para o erro crasso que estava cometendo por não existir no horizonte o menor sinal de desabastecimento e muito menos de alta dos custos para os consumidores, além de provocar uma catastrófica desorganização da cadeia produtiva, o presidente da República ignorou os avisos, insistiu na desatinada ideia e só recuou, de forma desmoralizante, quando se descobriram as fraudes amadoras de um leilão vencido por uma loja de queijos, um fabricante de sorvetes, uma locadora de máquinas e uma trading (única licitante vinculada ao comércio exterior a entrar na disputa), essas três últimas representadas no pregão por um ex-assessor parlamentar do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, que, obviamente, foi defenestrado do cargo na esteira das suspeitas que cancelaram a transação.

Nada mais primário, nada mais bizarro, nada mais escandaloso.

Mas o desastrado risoto não foi a única coisa que deu ruim nesta fatídica terça-feira (11) para o Palácio do Planalto, que vem se consolidando, aliás, como uma criativa e bem-sucedida usina de homéricas trapalhadas que, se não prejudicassem tanto o Brasil, nos fariam dar boas risadas.

Para incrementar ainda mais o indigesto prato do dia, Lula teve que engolir sem regurgitar a devolução, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, da explosiva Medida Provisória que restringiria o uso de créditos do PIS/Cofins apenas para o abatimento desses dois impostos, proposta bombardeada ferozmente por 70 entidades empresariais, que viam na invalidação da regra atual, que permite deduzir o valor de qualquer tributo, o risco de prejuízos bilionários para o setor produtivo, com impactos imediatos na inflação.

Foi, enfim, mais uma tentativa desesperada, e felizmente frustrada, de uma gestão populista e gastadora, sem responsabilidade fiscal, que busca o tempo todo equilibrar as contas públicas tirando mais dinheiro do lombo dos brasileiros que produzem e geram empregos, já sufocados pela maior carga tributária do planeta.

Minoritário no Congresso Nacional, onde vem sofrendo derrotas em série, com a popularidade em baixa em todas as pesquisas e cada dia mais rejeitado pelos empresários, que já perderam a paciência diante de tanta esculhambação, o governo Lula 3 é uma nau sem rumo.

Apertem os cintos que o piloto sumiu.

Categorias: OPINIÃO

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