O que sai da boca vem do coração

Todas as vezes que Lula abre o verbo, especialmente nas falas de improviso, seus assessores e aliados entram em pânico à espera de alguma nova sandice que ele provavelmente vai proferir.

Neste seu terceiro mandato presidencial, aliás, o petista vem se superando em pronunciamentos desastrosos, que despertam, até junto a seus auxiliares mais próximos, fortes desconfianças de que ele não anda bem da cabeça.

Um levantamento detalhado feito pelo portal Poder360 aponta que Lula cometeu, desde que tomou posse, cerca de 70 gafes, divididas entre ofensas a pessoas, minorias sociais ou outros grupos; frases relacionadas à política internacional, como comentários sobre a atuação de outros países e guerras; ou simplesmente erros crassos de informação.

Porém, talvez nem tudo esteja perdido. A declaração lúcida, sincera e verdadeira que ele fez na semana passada no Rio de Janeiro mostrou que, para o alívio da nação brasileira, o presidente da República parece ainda estar no controle de suas faculdades mentais.

Em evento de apoio ao prefeito Eduardo Paes, candidato a reeleição, Lula disse à plateia esperar “que vocês saibam fazer essa diferença entre quem trabalha, quem faz as coisas e quem fala muita bobagem, muita asneira. Vocês sabem o momento de mentira que vive esse país. Tem gente que levanta de manhã mentindo no celular, almoça mentindo, vai no banheiro mentindo, vai dormir mentindo e passa a noite mentindo achando que a sociedade brasileira é um bando de imbecil que acredita em todas as asneiras que ele fala”.

E completou brilhantemente: “Nós precisamos ter em conta de aprender uma lição. Vai ter eleição outra vez esse ano. E a gente não pode votar num imbecil que fala mais bobagem, a gente não pode votar num imbecil que mais agride os outros”.

Vê-se que Lula, claramente, descreveu a si próprio. Que belíssima e corajosa autocrítica.

Só faltou dizer “não votem em gente como eu”.