Diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és

Tão logo o mundo tomou conhecimento da invasão do Hamas ao território de Israel na fatídica manhã de 7 de outubro do ano passado, os dirigentes das grandes democracias, das nações civilizadas do planeta, expressaram o mais veemente repúdio aos atos de selvageria dos fascínoras que mataram friamente mais de 1.500 pessoas, quase todas elas civis indefesos, utilizando um repertório de crueldades inomináveis que incluíram mulheres estupradas, bebês massacrados, cadáveres vilipendiados e a captura de mais de 200 reféns, a maior parte deles ainda mantida em cativeiro.

Para o constrangimento dos brasileiros, o governo Lula não apenas hesitou e demorou para condenar o ataque covarde e mortal, como, ao fazê-lo, evitou utilizar palavras mais duras, que o episódio exigia, e ainda teve o cinismo de não se referir ao Hamas (que não representa o povo palestino) como aquilo que ele realmente é: um grupo terrorista.

Desenhava-se ali o posicionamento que o petista viria a adotar ao longo do conflito deflagrado pela barbárie cometida pelo Hamas que levou Israel a revidar fazendo uso do seu legítimo direito à autodefesa, entrando com seus exércitos na Faixa de Gaza para caçar os criminosos e libertar seus cidadãos sequestrados.

De lá para cá, por inúmeras vezes, mesmo nos momentos em que tentava se apresentar como um mediador interessado em restabelecer a paz na região, Lula praticamente ignorava a injustificada agressão ao estado judeu e evidenciava somente as mortes de civis pelos bombardeios israelenses, centenas deles vitimados, é bom que se diga, ao serem forçados a servir de escudos humanos para proteger os terroristas.

A perda de vidas inocentes é uma trágica consequência de todas as guerras e não deve ser minimamente tolerada. Mas ao conclamar Israel a parar com as operações em Gaza, Lula deveria, com igual ênfase, exortar também o Hamas a depor as armas e libertar os reféns.

O problema é que o presidente, mas não o povo brasileiro, escolheu desde o início o lado dos terroristas. Só faltava cair a máscara para ele se revelar inteiramente. E ela caiu quando Lula criticou a reação de Israel ao Hamas fazendo uma descabida e infame comparação com o Holocausto produzido durante a Segunda Guerra Mundial pela Alemanha nazista, onde Adolf Hitler, de forma premeditada e planejada, determinou o extermínio, em escala industrial, de mais de 6 milhões de judeus.

Foi uma afirmação racista, sórdida, desatinada e irresponsável que mereceu resposta indignada do governo de Telaviv e a declaração de que o petista passou a ser persona non grata no país hebreu.

Aliás, em entrevista concedida em 1979 à revista Playboy, Lula já havia manifestado sua admiração pela “disposição, força e dedicação” do carrasco alemão: “O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer”.

Bota fogo nisso.

Em resumo, para quem é capaz de culpar a Ucrânia por ter sido invadida pela Rússia, de simpatizar com organizações terroristas como o Hamas e o Hezbollah, de defender déspotas sanguinários como Fidel Castro, Che Guevara, Hugo Chávez, Nicolás Maduro, Daniel Ortega e Putin e atacar adversários políticos com discursos de ódio, não surpreende que tenha Hitler como ídolo.

Nunca um presidente da República, em tão pouco tempo, envergonhou e desonrou tanto o Brasil.