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Davos é uma festa – II

Publicado por Caio Gottlieb em


“O que acontece em Las Vegas fica em Las Vegas”, o consagrado slogan publicitário da meca do jogo e do entretenimento adulto dos Estados Unidos, já poderia ser usado também por Davos, onde se realiza o badalado Fórum Econômico Mundial.

Sucede que o evento internacional que atrai anualmente líderes políticos, magnatas bilionários, cientistas premiados e celebridades artísticas para debater os grandes problemas da humanidade e propor, para resolvê-los, soluções demagógicas, fantasiosas e inexequíveis, fez florescer paralelamente na cidade suíça uma crescente indústria do sexo, movimentada pelos ricos visitantes que se dispõe a pagar pequenas fortunas para preencher a solidão das noites frias dos Alpes ao lado de belas companhias.

Antes de mais nada, é preciso esclarecer que a prostituição na Suíça é uma atividade legal e regulamentada desde 1942, o que significa que essa, digamos, “profissão” vem igualmente se beneficiando das vultosas receitas geradas durante os cinco dias da conferência.

Uma extensa reportagem sobre o assunto publicada pelo jornal Gazeta do Povo, tendo como fonte o site independente canadense True North, revelou que as “damas” de Davos neste ano chegaram a cobrar de seus clientes cerca de US$ 4,4 mil (R$ 21,6 mil) por noite.

Consta que a procura na cidade é tão grande que acaba sobrando até para as localidades vizinhas.

A gerente de uma empresa de acompanhantes de Argóvia, a 170 quilômetros de Davos, disse de forma anônima em uma entrevista concedida em 2023 ao portal 20 Minuten, reproduzida pelo jornal alemão Bild, que chegou a receber na edição do Fórum do ano passado 11 reservas e 25 consultas de supostos interessados nos serviços de prostituição, tudo isso apenas no primeiro dia do evento.

Ressalte-se que, para a tranquilidade dos clientes, os agenciadores garantem que o “trabalho” é feito de maneira totalmente sigilosa e sua segurança “está sempre garantida”. “Em caso de emergência” afirma um deles, “protocolos específicos são acionados”, ao se referir sobre eventuais imprevistos que possam ocorrer durante a “prestação dos serviços”.

Em entrevista ao 20 Minuten no ano passado, a acompanhante Salome Balthus destacou que a maioria das pessoas que contratam prostitutas durante o evento são influentes e poderosas em seus países. No entanto, ela não quis mencionar nenhum nome para não se envolver em uma disputa judicial com figurões importantes.

Seja como for, não é raro que, para algumas dessas mulheres, Davos também acabe oferecendo a sonhada oportunidade para mudar de vida, como foi o caso de uma acompanhante alemã que, através dos “contatos” que estabeleceu enquanto prestava seus “serviços” em uma das edições do Fórum, conseguiu um cobiçado emprego de consultora em uma grande companhia multinacional.

Como se vê, em qualquer circunstância, um bom networking é fundamental para o sucesso no mundo dos negócios.

Categorias: OPINIÃO

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