COP30: o Brasil no banco dos réus?

A poucos meses da realização da COP30, que reunirá líderes mundiais em Belém, em novembro, para debater a questão climática, uma declaração feita no ano passado pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro Aldo Rebelo volta a ganhar força e se espalha pelas redes sociais.

Em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, Rebelo denunciou que o Brasil perdeu o controle sobre a Amazônia e avisou que o evento na capital paraense pode servir como um tribunal contra o país, enfraquecendo ainda mais sua soberania sobre a floresta.

“Essa cúpula que está sendo organizada em Belém é contra o Brasil”, acusou Rebelo, ressaltando que a influência estrangeira sobre a região já ultrapassou qualquer limite aceitável.

Para ele, a Amazônia está sendo administrada de fora para dentro, com ONGs e governos internacionais ditando regras e sufocando o desenvolvimento econômico da floresta e das populações locais. “Nossa diplomacia não pode se comportar como malandro em delegacia”, advertiu.

Patriota exemplar, reconhecido, respeitado e admirado nos mais diversos campos ideológicos por suas convicções nacionalistas fervorosas, profundamente enraizadas na defesa dos interesses do país, Rebelo enfatiza que o Estado brasileiro se tornou um fantoche da pilhagem estrangeira, enquanto a verdadeira crise humanitária da Amazônia segue ignorada.

“Foi a USAID, agência do governo dos EUA vinculada à CIA, que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação”, disse ele, apontando que a soberania brasileira sobre a região é cada vez mais frágil.

Rebelo também criticou a forma como a narrativa ambientalista tem sido usada para impedir o desenvolvimento econômico na floresta, ao mesmo tempo em que a exploração ilegal avança.

“Celebridades de Hollywood têm mais influência na Amazônia que o próprio governo brasileiro”, ironizou, destacando que, enquanto entidades internacionais interferem nas decisões sobre a região, o tráfico de drogas e a prostituição infantil crescem na ausência de um Estado atuante.

Autor do livro “Amazônia: A Maldição de Tordesilhas”, ele reforçou que os piores indicadores sociais do Brasil estão na região amazônica, onde escolas não têm água potável nem energia elétrica, enquanto dirigentes de ONGs vivem confortavelmente em Paris e Londres.

Rebelo acusa essas organizações de perseguir produtores rurais e pecuaristas, sufocando qualquer possibilidade de desenvolvimento econômico local.

“Onde não tem atividade econômica, o que prospera é o crime”, observou, destacando a contradição de o Brasil importar 95% do potássio que consome, essencial para a produção de fertilizantes, mesmo possuindo vastas reservas na Amazônia. “E importamos potássio de uma área indígena do Canadá. Se fizermos um choque de concessões de mineração, o Brasil não vai ter onde colocar dinheiro”, completou.

A grande questão agora é: a COP30 será uma oportunidade para o Brasil reafirmar sua soberania e buscar um modelo sustentável de crescimento para a Amazônia, ou será mais um capítulo da tutela internacional sobre nossas riquezas?

O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que convocou a audiência pública, classificou as declarações de Rebelo como “uma verdadeira aula sobre o Brasil e sobre como as ONGs trabalham para impedir nosso progresso”.

Com a cúpula global se aproximando, a advertência de Aldo Rebelo soa como um grito de alerta para o Brasil.

Resta saber se o país ouvirá e a reagirá ao complô – ou se mais uma vez baixará a cabeça diante dos donos do mundo.