No creo en brujas, pero…
Volto à pesquisa realizada semanas atrás em âmbito nacional pelo instituto Nexus que revelou que 29% dos brasileiros se autodeclaram de direita, 15% assumem-se como esquerdistas, 11% dizem ser de centro, 40% não se identificam com nenhum dos lados e 6% não sabem ou não quiseram responder.
Antes que os leitores mais atentos achem que há erro na tabulação dos números, cabe um parênteses para esclarecer que a soma dos percentuais é maior que 100% devido ao arredondamento dos resultados.
Então, vamos lá: a recente eleição para prefeito, com a ampla vitória dos candidatos de partidos conservadores sobre oponentes de siglas progressistas, não só atesta os dados da referida sondagem, como também repete os cenários da disputa presidencial de 2018, quando Bolsonaro venceu Lula, e do pleito municipal de 2020, que mostrou o crescimento do anti-esquerdismo em dimensão similar ao avanço deste ano.
Juntando todas as siglas da esquerda, elas elegeram 1.991 prefeitos, levando uma lavada acachapante dos partidos de direita, que venceram em 3.516 municípios.
Outro parâmetro que pode ser usado é o confronto direto entre os dois principais expoentes dos dois polos políticos: o PL de Bolsonaro foi o partido campeão nas urnas com 15,7 milhões de votos, quase o dobro do PT do Lula, que recebeu 8,9 milhões.
Donde se conclui que o Brasil consolida-se, cada vez mais, como um país de direita.
O ponto fora da curva foi o intrigante retorno de Lula ao Palácio do Planalto em 2022 ungido pelas urnas eletrônicas, contrariando de forma até hoje inexplicável a trajetória do posicionamento ideológico majoritário da população.
Dá ou não dá o que pensar?