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O perdão a qualquer preço

Publicado por Caio Gottlieb em

Dos sete ministros indicados por Lula e Dilma que compõem atualmente o Supremo Tribunal Federal, garantindo o domínio absoluto do Partido dos Trabalhadores na Corte, Dias Toffoli é o único que, por ora, não é muito bem-vindo no Palácio do Planalto.

Dono de um dos currículos mais medíocres dentre os onze integrantes do STF, ele chegou ao cargo nomeado por Lula depois de atuar como advogado do PT em diversas campanhas eleitorais e comandar a Advocacia Geral da União no segundo mandato do petista.

Jamais alguém imaginaria, diante disso, que Toffoli pudesse tomar alguma atitude que decepcionasse seu benfeitor.

Porém, em 2019, alegando razões de segurança, o ministro cometeu o pecado de impedir que Lula saísse da prisão em Curitiba, onde cumpria pena pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, para ir ao velório do irmão Vavá em São Paulo.

Mesmo tendo depois votado para descondenar Lula, tramando com outros colegas do STF a artimanha jurídica que possibilitou tirá-lo da cadeia e viabilizar seu retorno à presidência, Toffoli não foi totalmente absolvido da afronta.

Aliás, ele até já pediu desculpas pessoalmente a Lula, mas parece que ainda não foi suficiente.

Contudo, não será por falta de gestos favoráveis aos interesses do presidente e do PT que Toffoli deixará de ser plenamente redimido.

Seu ato mais recente nesse sentido foi anular todas as ações judiciais abertas na Lava Jato contra Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, adotando a mesma “jurisprudência” que utilizou para revogar delações, abolir acordos de leniência e cancelar multas em benefício de figurões envolvidos no escândalo do Petrolão, como os dirigentes da Odebrecht e da J&F, além de soltar os que ainda estavam no xadrez.

Preso na maior operação de combate à ladroagem de dinheiro público que já houve no país, Léo era o empreiteiro mais próximo de Lula, a quem visitava frequentemente no Sítio de Atibaia (que ficou famoso por não ser do petista, mas de um amigo…) para noitadas de prazerosas conversas ao sabor de bons drinks. Sua delação foi decisiva para condenar e enjaular o então ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.

Que ninguém duvide, pois, do que Toffoli ainda será capaz de fazer, sem se importar de seguir arruinando a sua já insignificante biografia, contribuindo para desacreditar ainda mais a justiça brasileira e se autoflagelando até não mais poder, para cair novamente nas boas graças do seu padrinho.

Quem viver, verá.

Categorias: OPINIÃO

1 comentário

Olavo Arsenio Fank · 09/10/2024 às 08:30

Parabéns pela síntese. Infelizmente a nossa (in)justiça é corrupta e tendenciosa.

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