Um fracasso bem-vindo
Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo acaba de descobrir que o tal do “novo” PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado há um ano pelo governo federal com grande pompa, ainda está longe de deslanchar. Aliás, pelo menos metade dos projetos nele listados sequer saiu do papel.
A despeito disso, em vez de ser lamentada, é uma notícia para ser comemorada.
Tendo em vista que muitos dos problemas que hoje afetam o equilíbrio fiscal do país devem-se ao fracasso da política de investimento implementada nas gestões do PT, movida a gastança ilimitada de recursos públicos e no uso das estatais, dos bancos oficiais e dos fundos de pensão de seus funcionários em iniciativas que geraram rombos bilionários, é motivo de enorme alívio saber que a versão recauchutada do PAC criado por Lula em 2007 e depois ressuscitado por Dilma em sua caótica passagem pelo Palácio do Planalto, esteja indo em ritmo devagar, quase parando.
E ninguém aqui torce contra o Brasil. A torcida é para que a nação seja poupada de mais um desastre econômico.
Não podemos esquecer que o megalomaníaco plano petista, inventado com a nobre intenção de alavancar os investimentos em infraestrutura, impulsionando os negócios nos mais variados setores, gerando emprego e renda, foi deixando ao longo de suas três edições, por falta de sustentabilidade, um devastador rastro de destruição na economia, acentuada de forma mais aguda no trágico desgoverno da presidenta, não trazendo os benefícios prometidos e jogando o Brasil na maior recessão de sua história, com efeitos danosos que perduram até hoje.
Não é à toa que se diz que de boas intenções o inferno está cheio.
Mesmo assim, a marcha da insensatez, retomada pelo governo Lula 3 ao reavivar ideias velhas, carcomidas e malogradas para turbinar artificialmente a economia, segue em frente.
Uma delas concretizou-se na última sexta-feira 13 (a coincidência com a data de mau agouro não deve ser por acaso), quando Lula inaugurou o Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Com algumas mudanças na proposta original, vem a ser o mesmo empreendimento, agora com nome novo, que o próprio petista anunciou 18 anos atrás em seu primeiro governo e que acabou abandonado pela Petrobras.
Batizado à época de Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o polo sofreu atrasos e paralisações e foi envolvido na Operação Lava Jato com inúmeras denúncias de desvios que causaram à estatal um prejuízo de ao menos 12,5 bilhões de dólares, como atestou o Tribunal de Contas da União em inspeção feita em 2017.
Agora ele volta em grande estilo para a farra continuar.
Meses atrás, a propósito, o presidente ungido pelas urnas eletrônicas celebrou em Pernambuco a ampliação, com orçamento multiplicado, de outra obra da Petrobras que também virou símbolo dos esquemas de corrupção desvendados pela Lava Jato: a refinaria Abreu e Lima, que chegou a ser considerada a mais cara do mundo.
Certamente a coisa não ficará só nisso.
Para a alegria da confraria de empresários e políticos especializados em enriquecer ilicitamente às custas de trambiques com obras públicas, Lula tem, no mínimo, mais dois anos de mandato, se os brasileiros não cometerem em 2026 a insanidade de reelegê-lo.
Até lá dá pra fazer muito mais.
Afinal, não existe nada tão ruim que não possa piorar.
2 comentários
Hiram Soyza · 24/09/2024 às 19:16
Estou pensando que o Brasil vai quebrar apoiado pelo seu STF. Triste
Marcos Villanova de Castro · 24/09/2024 às 18:37
Perdão, Caio, mas não se trata de nós, brasileiros, “reelegê-lo”, afinal, como você mesmo diz, ele foi ungido pela urnas eletrônicas.
O grande problema de 2026 é que nada indica que elas não voltarão a atuar.