É um ou outro
Pesquisas de intenção de voto, como gostam de frisar os especialistas no assunto, são retratos do momento e não lampejos proféticos.
Retratos que, por sinal, surgem com prazo de validade já vencido quando se considera que as condições políticas dos candidatos podem se alterar profundamente nas horas seguintes à divulgação.
Presenciamos isso nas viradas espetaculares às vésperas da votação, episódios que não raras vezes acabam denunciando sondagens escandalosamente fraudadas.
Faltando um ano para a próxima disputa presidencial, admitindo que sejam sérias as consultas eleitorais que andam circulando por aí, elas nos revelam que vai ser muito difícil, quase impossível, romper a sólida polarização que domina atualmente a cena política nacional.
Como mostram os números, nenhum dos vários postulantes que se apresentam como alternativa aos dois rivais que encabeçam a preferência do distinto público consegue oferecer a menor esperança de que possa vir a empolgar os eleitores e tornar-se uma opção minimamente viável.
Acrescente-se que são projetos pessoais de poder, sem qualquer disposição para recuar de suas pretensões em favor de uma aliança com maiores chances de vitória.
Em suma, parece ter nascido morta a candidatura da chamada terceira via. Os nomes que hoje tentam ocupá-la vão continuar sendo o que são: meros atores coadjuvantes da refrega.
Em 2022, pelo andar da carruagem, não haverá outra escolha: quem não gosta de Bolsonaro e de suas polêmicas, vai votar em Lula; quem não quer a volta ao poder do PT e dos corruptos do Mensalão e Petrolão, vai votar em Bolsonaro.
Simples assim.