A voz que vem das ruas

Chefão do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes diz não acreditar que ele e seus colegas são as pessoas mais odiadas do Brasil, tal como afirmou o advogado e desembargador aposentado Sebastião Coelho da Silva, em corajosa e histórica declaração no plenário da Corte, ao defender o primeiro réu julgado pelos eventos de 8 de Janeiro.

Claro que o decano do STF sabe que é a mais pura verdade, embora nunca vá admiti-la abertamente.

Nem precisa. Existe uma prova incontestável para corroborar a fala de Coelho da Silva: a opinião pública.

Pesquisa do DataFolha divulgada no último sábado (9) aponta que a desaprovação dos integrantes do Supremo, que era de 31% em dezembro do ano passado, saltou agora para 38%, mostrando o crescente sentimento de indignação dos brasileiros diante dos deploráveis atos de ilegalidade jurídica, protagonismo político e ativismo judicial cometidos pelos semideuses de toga que hoje mandam no país.

Em decisões que afrontam diariamente a Constituição, eles “descondenam” corruptos, soltam traficantes, liberam o uso de drogas, suprimem a liberdade de expressão, incentivam a impunidade, protegem criminosos de alto coturno e usurpam prerrogativas dos poderes executivo e legislativo.

Considerando que, compreensivelmente, uma grande parte dos entrevistados na sondagem teve medo de dizer o que pensa sobre a Corte, é absolutamente certo que os números reais dessa rejeição são muito maiores.

Enfim, do jeito que vem aumentando o repúdio à atuação do STF, nada será capaz de salvá-lo da condenação pela esmagadora maioria da população.

Nem mesmo a sempre elástica “margem de erro” do DataFolha.