Vade retro!

Vislumbrando uma derrota acachapante, o que poderia expor a extrema fragilidade da base parlamentar que apoia Lula e comprometer futuramente a aprovação de outras matérias de interesse do governo, o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, sempre com um pé em cada canoa, suspendeu a votação do PL das Fake News, nome que esconde o desejo do Palácio do Planalto, autor da proposta, de controlar a informação na Internet, e retirou o assunto da pauta por tempo indeterminado.

Ainda não se ganhou a guerra que vem sendo travada para impedir a implantação da censura nas redes sociais, planejada pelo petismo com o único propósito de calar a oposição, mas venceu-se uma importante batalha.

Foi uma retumbante vitória da opinião pública, representada por grande parte do parlamento que não está à venda, contra o sistema político, jurídico e midiático que, a qualquer custo, pretende impor suas vontades e suas verdades ao país.

Uma verdadeira vitória de Davi contra Golias.

Nem a monstruosa arbitrariedade do Supremo Tribunal Federal proibindo as plataformas digitais de divulgarem sua posição sobre o tema, nem a liberação de 10 bilhões de reais em emendas parlamentares e a distribuição de centenas de cargos para cooptar deputados e senadores corruptos, nem a pressão da grande imprensa que busca ter o monopólio das notícias, foram suficientes para comprar todos os votos necessários para jogar o Brasil no obscurantismo dos regimes totalitários que não admitem vozes discordantes.

O direito pleno à liberdade de pensamento e expressão, um princípio fundamental da democracia, não tem preço.