Equilíbrio e bom senso
Dirigir os destinos de uma cidade, um estado ou um país não é tarefa simples mesmo em períodos de bonança e prosperidade. Mas exercer essa responsabilidade durante uma longa e mortífera pandemia talvez seja a experiência mais angustiante que um político possa enfrentar em sua vida pública.
Se ordenar um lockdown, seja ele total ou parcial, as empresas quebram e os empregados são mandados embora, agravando ainda mais a devastadora crise econômica e social já provocada pelos desastrosos efeitos da própria moléstia e do combate que é feito a ela.
Se liberar geral, o coronavírus toma conta, se espalha feito rastilho de pólvora, faz crescer em escala geométrica o número de infectados, leva ao colapso as estruturas de atendimento da saúde e condena milhares de doentes a morrer em casa (por Covid ou outras causas) pela falta de vagas nos hospitais.
Qualquer opção que se escolher é fortemente contestada, sobretudo porque não existe certeza de nada. Há muito a se descobrir sobre essa terrível enfermidade que abala o mundo com a maior catástrofe sanitária do século, que parece longe de terminar.
Em suma, errar é muito mais fácil do que acertar.
É preciso, diante de tamanho dilema, ter serenidade para decidir, tolerância para ouvir as críticas, sensibilidade para acatar os argumentos contrários e humildade para, se necessário, voltar atrás.
Vejo que, dentro do possível e do razoável, tem sido essa a conduta do governador Ratinho Junior.
Embora determinando a prorrogação por mais 48 horas das restrições impostas à circulação das pessoas em todo o território do Paraná que venceriam nesta segunda-feira (8), o novo decreto assinado por ele na última sexta-feira (leia o texto no final da nota) flexibilizou alguns pontos das normas anteriores e ampliou os horários de funcionamento do comércio, sem deixar de lado regras rígidas para evitar aglomerações.
Ainda na mesma ocasião, visando amenizar os impactos negativos gerados à economia pelas novas ações para conter a disseminação da enfermidade, o governador, repetindo o que fez no início da epidemia, anunciou diversas medidas para auxiliar a população (veja mais detalhes em outro link no rodapé da postagem), que incluem a dilatação de prazos para pagamento de tributos, parcelamento de dívidas com a Copel e a Sanepar e linhas de crédito para diversos setores, entre outras iniciativas.
Lembro, a propósito, de um provérbio oriental que serve de estímulo para todos aqueles que nos governam neste momento tão dramático: “Homens fortes criam tempos fáceis, e tempos fáceis geram homens fracos; mas homens fracos criam tempos difíceis, e tempos difíceis geram homens fortes”.
2 comentários
Marcos Solano Vale · 08/03/2021 às 15:28
A verdade DÓI:Os valores dA tabela do SUS são de 2007;( alguém aí por mais empreendedor que seja aguenta ?)Os hospitais privados ou quebraram ou saíram do sus ,fechando leitos em todo o Brasil.Os profissionais de saúde que atendem sus são discriminados por todos os poderes ,visto que se submetem a pagamentos VIS.0 C19… veio para mostrar que o sistema está NU.E o que fazermos ? Centralizar e unificar as ações a partir do ministério da saúde .E as cidades ,escolas ,indústrias e todos os lugares que as pessoas vão trabalhar precisam ser reabertos .E o transporte coletivo ? Limitar número de pessoas por ônibus .E as festas sociais ? Limitar o número de pessoas por espaço físico .HÁ MUITOS ANOS OS HOSPITAIS POSSUEM FILAS e FILAS nos corredores .A questão agora é a classe média passou a ser o próximo da fila.
Washington Lee Abe · 07/03/2021 às 15:41
Todo extremo creio que não seja salutar. Nem liberar totalmente e nem restringir atacando quem não devíamos atacar: os empresários. Como vínhamos defendendo, a dilação do horário de atendimento ao público com a restrição do número de clientes no estabelecimento com o uso de álcool, máscara e medindo-se sempre a temperatura dos presentes seria de bom tom. Assim não teríamos que escolher entre morrer pelo vírus chinês ou morrer de fome. Vamos atingir os que realmente não estão querendo ajudar. E o Poder Público sabe muito bem do que estamos falando. Vamos continuar fiscalizando onde foram empregados os milhões vindos do Governo Federal. Sem falarmos dos Decretos de Calamidade Pública: Que sonho poder-se gastar sem dar ouvidos à Lei de Licitações…