Muita calma nessa hora
Causaram profundo incômodo ao prefeito Leonaldo Paranhos as estrepitosas e, a meu ver, injustas vaias direcionadas ao governador Ratinho Junior, na presença do presidente Jair Bolsonaro, por ocasião da cerimônia de inauguração do Centro Nacional de Treinamento em Atletismo, motivadas pelos embates polêmicos que cercam as discussões sobre o pedágio das novas licitações de rodovias no estado.
Expressando seu desagrado com o episódio, Paranhos saiu em defesa do amigo e correligionário durante a audiência pública que debateu nesta sexta-feira (5) a modelagem das próximas concessões: “Não cabe oportunismo político. Ano que vem tem eleição e muita gente está dizendo para o governador que assuma as praças de pedágio, baixe o valor para dois reais, vire ídolo e ganhe fácil mais um mandato. O povo está com nojo da tarifa, mas não pode haver irresponsabilidade”.
Bastante enfático, o prefeito questionou: “O que queremos para o Paraná daqui a dez anos, para onde vamos levar nossa produção? Temos condição?”.
Concluindo seu desabafo, Paranhos ressaltou que não é momento para extravasar paixões ideológicas e partidárias e pediu moderação: “Nós não podemos aplaudir o presidente Bolsonaro e vaiar o governador Ratinho. O assunto é de responsabilidade de ambos. Vamos dar folga para quem tem que resolver”.
Em resumo, o grande problema a ser solucionado é compatibilizar o direito dos paranaenses a pagar tarifas justas com a necessidade imprescindível de se investir bilhões de reais para fazer duplicações, construir terceiras faixas, viadutos e contornos, modernizar e manter em bom estado as estradas, essenciais para assegurar o desenvolvimento socioeconômico do estado ao longo das gerações vindouras.
É um desafio e tanto, mas ele só será superado a contento se houver diálogo, conhecimento técnico, bom senso, transparência, propostas viáveis e, sobretudo, serenidade.
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