Paraná pavimenta o futuro: assinados mais dois contratos do maior programa de concessões rodoviárias da América Latina
Quando se fala em construir o futuro, poucos lugares no Brasil parecem entender tão bem o significado da palavra como o Paraná.
Com investimentos que ultrapassam R$ 36 bilhões, a assinatura dos contratos dos lotes 3 e 6 do novo pacote de concessões rodoviárias, formalizada nesta segunda-feira (28) em Brasília, marca um dos capítulos mais grandiosos da história da infraestrutura brasileira.
Ao todo, mais de 1,2 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais, atravessando os Campos Gerais, Vale do Ivaí, Norte, Centro-Sul, Oeste e Sudoeste do Estado, serão duplicados, modernizados e transformados para sustentar o avanço econômico de uma região que já lidera o agronegócio nacional.
A cerimônia de assinatura, realizada na sede do Ministério dos Transportes e prestigiada por importantes lideranças políticas e empresariais do Paraná e do Brasil, contou com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Junior, do ministro dos Transportes Renan Filho, da diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e dos representantes das concessionárias vencedoras.
Segundo Ratinho Junior, o avanço deste programa colossal é o resultado de um planejamento iniciado em 2019, que uniu a força agroindustrial à inteligência logística, transformando o Paraná no que hoje se chama de “supermercado do mundo”.
“Esse crescimento econômico é fruto de um grande planejamento que buscou agregar valor à produção agrícola por meio da industrialização e dos investimentos que estamos viabilizando em infraestrutura e logística, sobretudo com o maior pacote de concessões rodoviárias da América Latina”, destacou o governador.
Ratinho Junior também enfatizou a ousadia do modelo adotado: ao unir rodovias estaduais e federais num só pacote, o Paraná criou condições para atrair investidores de alta qualidade, mirando o futuro como a grande central logística da América do Sul.
“Estamos entregando aos paranaenses um modelo transparente e justo, que nos permitirá aproveitar nossa localização privilegiada no centro geográfico de 70% do PIB da América do Sul, conectando o Sul ao Sudeste, ao Centro-Oeste, ao Paraguai e à Argentina”, completou.
As cifras são impressionantes: somente nos dois lotes assinados, serão quase 600 quilômetros de duplicações, além da construção de viadutos, trincheiras, contornos, faixas adicionais, ciclovias, áreas de escape, passarelas para pedestres e sistemas modernos de monitoramento e pesagem automática.
Para o ministro Renan Filho, o modelo adotado pelo Paraná representa um novo paradigma para o país.
“Essa parceria entre os governos estadual e federal é um exemplo que alavancará setores da economia, da agricultura à indústria. O Paraná pilota uma agenda que pode servir de modelo para o Brasil”, afirmou.
Guilherme Theo Sampaio, diretor-geral da ANTT, também ressaltou a estabilidade e a previsibilidade que os contratos trazem aos investidores, garantindo segurança jurídica e capacidade de atração de novos empreendimentos. “Só estes dois contratos representam mais de R$ 30 bilhões em investimentos diretos em infraestrutura rodoviária”, apontou.
O prazo das concessões começa a contar a partir da assinatura do Termo de Arrolamento e Transferência de Bens, prevista para ocorrer em até 30 dias. A cobrança de pedágio só poderá começar após vistoria da ANTT e autorização formal, seguindo regras de ampla divulgação.
O Lote 3, com cerca de 570 quilômetros de extensão, será gerido pelo Grupo Motiva (antiga CCR S.A.). Integrando o Corredor Norte, que conecta o interior do Paraná ao Porto de Paranaguá e aos estados de Santa Catarina e São Paulo, o projeto receberá R$ 16 bilhões em investimentos.
Entre as obras previstas estão:
• 132 quilômetros de duplicações e 24,6 quilômetros de faixas adicionais nas rodovias BR-369, BR-373, BR-376, PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090;
• O Contorno de Apucarana, ligando a BR-369 à BR-376 (13,8 km);
• O Contorno de Califórnia (5 km), na BR-376;
• Dois novos contornos em Ponta Grossa: Contorno Norte (14,65 km) e Contorno Leste (27,7 km);
• A construção de uma área de escape na BR-376, na Serra do Cadeado, em Mauá da Serra.
Já o Lote 6, o maior projeto do programa, foi arrematado pelo Grupo EPR e representa R$ 20,2 bilhões em investimentos, sendo R$ 12,9 bilhões destinados a grandes obras e R$ 7,3 bilhões à manutenção. Com 662,1 quilômetros de rodovias contempladas, o projeto levará duplicações a 70% dos trechos, além de vias marginais, faixas adicionais e contornos estratégicos.
Entre as principais obras do lote 6 estão:
• 462 quilômetros de duplicações, especialmente na BR-277 e na PR-182;
• O Contorno de Marmeleiro (7 km) e o Contorno de Lindoeste (6,8 km);
• A integração de todo o eixo da BR-277 — da fronteira com o Paraguai até o Porto de Paranaguá — sob gestão de concessões, consolidando o Oeste, Centro-Sul e o Sudoeste do Paraná como novos polos logísticos.
O lote 6 abrange trechos das rodovias BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483, atravessando 32 municípios e nove praças de pedágio em Lindoeste, Prudentópolis, Candói, Laranjeiras do Sul, Cascavel, Céu Azul, São Miguel do Iguaçu, Ampére e Pato Branco.
Com os lotes 3 e 6 assinados, o Paraná já ativou quatro dos seis lotes do seu grandioso pacote de concessões. A expectativa é concluir o programa em 2026, com os lotes 4 e 5 previstos para leilão em setembro deste ano, somando mais 1.058 quilômetros nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Noroeste e Norte Pioneiro.
No total, serão 3,3 mil quilômetros de estradas concedidas à iniciativa privada, com investimentos que ultrapassam R$ 60 bilhões ao longo dos contratos de 30 anos.
Mais do que duplicar rodovias ou construir viadutos, o Paraná inaugura, com este programa de concessões, uma nova era para sua infraestrutura e para o Brasil.
Um salto de engenharia, logística e desenvolvimento que pavimenta não apenas estradas, mas o caminho de um Estado destinado a liderar os novos tempos da economia nacional.