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É o Brasil mostrando a sua cara

Publicado por Caio Gottlieb em

Um país que já foi promessa virou abrigo. Abrigo para corruptos, para traficantes internacionais, para delinquentes ideológicos — desde que, claro, tenham a carteirinha certa no bolso e o lado certo do espectro ideológico no discurso.

O Brasil de hoje não é apenas um país fora da lei: é um país acima dela. Um laboratório tropical onde se fabricam decisões sob medida, se anulam condenações com canetaço e se perverte a ideia de justiça com a mesma naturalidade com que se muda de gravata no cafezinho do Supremo.

Comecemos pelo escárnio mais recente: o governo Lula, generoso e sempre receptivo a bons companheiros, resolveu (em um ato ilegal, diga-se de passagem) conceder asilo à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por corrupção, Caixa 2 e lavagem de dinheiro. Quinze anos de prisão no currículo e um histórico que faria corar até o Maluf, Nadine ganhou da diplomacia petista não só um visto, mas transporte em jato da Polícia Federal — porque, como se sabe, bandido bom é bandido… alinhado.

Heredia segue a trilha aberta por outro ilustre hóspede da esquerda internacional: Cesare Battisti, terrorista condenado por assassinato na Itália, que encontrou em Lula um patrono e protetor. Foi acolhido, paparicado e só extraditado quando o clima político mudou. Até ali, viveu como celebridade nos salões progressistas, entre uma feijoada, uma caipirinha e uma entrevista.

Mas não se trata apenas de acolher criminosos estrangeiros. O Brasil tem se superado mesmo é no tratamento dispensado aos seus próprios. Basta lembrar o verdadeiro mutirão institucional promovido para descondenar os condenados da Lava Jato. Um a um, foram sendo soltos, indenizados, redimidos — como se crimes de corrupção bilionária pudessem ser apagados com a mágica de uma decisão “técnica”, lavrada sem a menor cerimônia. Multas anuladas, delações ignoradas, sentenças rasgadas. Foi o grande revival da impunidade à moda antiga, agora chancelada pelos tribunais superiores.

E quando não se trata de perdoar, trata-se de vingar. Que o diga o jornalista e militante da direita Oswaldo Eustáquio, cuja extradição foi negada pela Justiça espanhola por motivos que só escandalizam em Brasília: a liberdade de expressão. Olha só que absurdo: na Espanha — esse “país atrasado” — ainda se acredita que criticar ministros da Suprema Corte não é crime…

Pois a ousadia de respeitar o direito à palavra deixou nosso semideus de toga contrariado. E o que fez o ministro Alexandre de Moraes, numa reação digna de um monarca ofendido? Mandou um recado. Se não entregam o jornalista, então não recebem de volta o traficante.

Em represália, o xerife do STF simplesmente negou a extradição de um condenado búlgaro por tráfico internacional de drogas, que havia sido solicitada pela própria Espanha.

Resultado: o sujeito segue solto pelas ruas do Brasil, livre para continuar seu ofício e abastecer, quem sabe, os becos e vielas com o produto de sua especialidade. O jogo de troca-troca da nova diplomacia judicial brasileira, temperado com birra, indecência, escândalo e senso de revanche, não conhece limites.

Enquanto isso, o que sobra para o brasileiro comum? Assistir, atônito, ao desfile dos intocáveis. Ver condenados voltarem ao poder, delinquentes serem tratados como mártires e ministros do Supremo agirem como imperadores, acima de qualquer crítica, blindados por um sistema que confunde autoridade com autoritarismo.

São decisões à revelia da lei — como a de Lula, concedendo asilo a uma corrupta condenada, e a de Moraes, liberando um traficante internacional por pura vingança — que transformam o Brasil em abrigo de corrupção e reino do arbítrio.

Nosso país, enfim, virou refúgio de delinquentes protegidos pelo discurso da justiça social, pela retórica da perseguição política, pela velha e eficiente carteirada ideológica.

O crime, aqui, compensa — desde que você saiba com quem andar. E a lei? Bem, a lei está em recesso. Ou em exílio, talvez. Esperando que um dia a decência também peça guarida em algum lugar onde ainda valha a pena ser honesto.

Categorias: OPINIÃO

1 comentário

Daury Augusto · 21/04/2025 às 16:06

O imbróglio jurídico criado pelo marsupial da facção de capa preta, entre Espanha e Brasil, transcende a observância da legislação dos seus respectivos países e abre precedentes, tais quais transportar e asilar corruptos e condenados em avião governamental. A bofetada que a sociedade civil e organizada recebe todos os dias, margeia o grau de tolerância máxima de um povo que não suporta mais o escárnio que é submetido pela “Corte Marcial” que viilipendia nossa Pátria e todos os cidadãos de bem de um país que agoniza na lama da podridão de um governo promíscuo, corrupto, decadente e hipócrita.

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