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E no oitavo dia, o homem se autodestruiu

Publicado por Caio Gottlieb em

Nos últimos tempos, tem sido comum ouvir líderes das grandes potências mencionando a possibilidade de uma 3ª Guerra Mundial. Como se estivessem discutindo a previsão do clima ou planejando um piquenique, figuras como Vladimir Putin fazem ameaças nucleares em cadeia nacional, enquanto Donald Trump alerta que, se a guerra da Ucrânia não for resolvida, o planeta pode marchar diretamente para um conflito global.

No entanto, a banalidade com que esse tema é tratado – e ecoado por muita gente – contrasta com a brutalidade das consequências. Se essa guerra realmente acontecer, não será um embate geopolítico tradicional; será o derradeiro ato do homem, o espetáculo final de autodestruição da espécie.

Se um conflito nuclear global eclodisse a partir da guerra entre Rússia e Ucrânia, estaríamos diante do último feito da civilização humana.

É o que se conhece nas doutrinas militares como “destruição mútua assegurada”.

No início, poderíamos ver um choque direto entre Rússia e Europa, mas seria impossível que os Estados Unidos ficassem de fora desse cenário catastrófico.

Mesmo que hoje Washington e Moscou tenham diálogos estratégicos sobre o conflito, em um embate total, a aliança entre EUA e Europa seria inevitável.

E se os americanos entrassem na guerra, a China dificilmente permaneceria neutra, sendo puxada para o olho do furacão. O resultado? A extinção em massa da humanidade – e um planeta que levaria milênios para se recuperar, se é que isso seria possível.

1. A Desigualdade Nuclear: A Rússia e os EUA Como Gigantes do Apocalipse

Rússia

• 5.890 ogivas nucleares (cerca de 1.700 prontas para uso imediato).

• Mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) capazes de atingir qualquer ponto da Europa e dos EUA em minutos.

• Submarinos nucleares (SLBMs) e bombardeiros estratégicos garantem um ataque de retaliação mesmo após um primeiro golpe.

• Defesa antimísseis avançada, incluindo os sistemas S-500, que poderiam interceptar algumas respostas.

Estados Unidos

• 5.244 ogivas nucleares (1.770 prontas para uso imediato).

• O maior e mais sofisticado sistema de defesa antimísseis do mundo, mas incapaz de deter um ataque massivo.

• Bases militares espalhadas pelo mundo, garantindo a capacidade de retaliação em qualquer situação.

• Uma aliança histórica com a Europa, tornando impossível uma posição neutra.

Europa (França e Reino Unido)

• 515 ogivas nucleares (muito inferior a Rússia e EUA).

• Dependência quase total de submarinos nucleares e, no caso da França, de mísseis lançados por caças.

• Nenhum país europeu possui ICBMs terrestres, limitando sua resposta.

China

• 500 ogivas nucleares (mas crescendo rapidamente).

• Capacidade de atacar os EUA com mísseis hipersônicos.

• Não tem um arsenal comparável ao dos gigantes, mas sua participação tornaria o conflito verdadeiramente global.

2. Puxando o Gatilho

Dado esse cenário, um primeiro ataque nuclear poderia começar com a Rússia atacando a Europa e, em minutos, os EUA lançando uma resposta massiva. A China, inevitavelmente, entraria no conflito – seja para proteger seus interesses, seja porque seria arrastada pela destruição ao redor. Em questão de horas, o planeta se tornaria um inferno radioativo.

3. O Fim da Civilização: A Morte Lenta do Planeta

Ao contrário do que alguns estrategistas possam sugerir, uma guerra nuclear não se limita à destruição imediata das cidades-alvo. O verdadeiro terror vem depois.

Efeitos Imediatos (Horas a Dias)

• Cidades inteiras obliteradas em segundos.

• Tempestades de fogo consumindo tudo ao redor, lançando bilhões de toneladas de fuligem na atmosfera.

• Radiação letal espalhando-se pelo mundo, transformando áreas inteiras em zonas mortas.

• Um colapso instantâneo das comunicações, transportes e cadeias de suprimentos.

Efeitos a Curto e Médio Prazo (Semanas a Meses)

• Inverno Nuclear: A fumaça bloqueia a luz solar, resfriando a Terra e destruindo colheitas em todo o mundo.

• Fome em Massa: Sem produção agrícola, bilhões morrem de inanição.

• Colapso da Ordem Mundial: Sem governos operacionais, o mundo mergulha em anarquia.

• Doenças e Mutação Genética: Sobreviventes enfrentam câncer, mutações e uma expectativa de vida drasticamente reduzida.

O Que Restaria?

• Europa: Deixaria de existir como bloco. Sobreviventes vagariam por um continente devastado, sem comida, sem água, sem futuro.

• Rússia: Embora menos atingida em algumas regiões, enfrentaria o mesmo colapso social e climático.

• Estados Unidos: Suas cidades principais seriam destruídas, e o país mergulharia no caos.

• China: Mesmo que tentasse se segurar, enfrentaria uma devastação econômica e social.

• Outros países: América do Sul, África e Oceania poderiam sofrer menos diretamente, mas colapsariam com a fome e as mudanças climáticas.

4. Conclusão: A Maior Idiotice da História Humana

Se há algo mais estúpido do que uma guerra nuclear, talvez seja a ilusão de que alguém possa vencê-la.

Mas, quem sabe? Talvez algum sobrevivente do apocalipse, revirando restos de uma biblioteca destruída, ainda encontre registros de como os humanos gastaram séculos construindo uma civilização apenas para, no final, apagá-la com o simples apertar de um botão.

Categorias: OPINIÃO

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