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Não será por falta de aviso

Publicado por Caio Gottlieb em

Nove em cada dez dos mais respeitados consultores econômicos do país não poupam críticas contundentes ao rumo caótico tomado pelas contas públicas para satisfazer os caprichos irresponsáveis de Lula.

Muitos deles, é verdade, podem não ter a necessária isenção para emitir opiniões inteiramente desprovidas de interesse político.

Mas não é o caso de Alexandre Schwartsman, um dos mais brilhantes economistas brasileiros de sua geração e reconhecido pela exemplar imparcialidade de seus comentários, sempre primando por um acurado olhar técnico.

Falando com a autoridade de quem foi diretor da área internacional do Banco Central e atuou como membro votante do Conselho de Política Monetária no período em que, sob o comando de Henrique Meirelles, a instituição realizou um trabalho impecável no controle inflacionário, ele diz que a relutância em se adotar providências mais duras para um ajuste fiscal realmente eficaz, vai custar caro à nação e ao próprio governo.

Trata-se, afirmou Alexandre em entrevista concedida ao Estadão, de uma “postura que abre um caminho mais difícil para a economia brasileira, com uma combinação de endividamento crescente, aumento dos juros, inflação extrapolando a meta e dólar nas alturas.”

Admitindo que o ritmo de crescimento está forte, ele ressalva, porém, que isso seria positivo se fosse sustentável, mas todas as indicações são de que não é um crescimento que vamos conseguir manter indefinidamente porque ele vem da expansão do consumo, estimulado principalmente pelo aumento da transferência do governo federal para os programas sociais.

Dentro desse cenário, ao analisar o tíbio pacote de corte de gastos proposto pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, o economista avalia que “não fizeram mais porque têm receio de derrota eleitoral. Entre a derrota eleitoral e o populismo, eles escolheram o populismo. E vão colher uma derrota eleitoral. Tem muito o que piorar. Esse é o problema.”

Vai nessa mesma linha um ótimo artigo postado recentemente no portal de notícias Brazil Journal.

Depois de lembrar que Lula tem governado apenas para sua base, “negligenciando (e até mesmo afrontando) o centro político que lhe deu sustentação essencial para a vitória”, a matéria ressalta que neste terceiro mandato, “marcado pelo rancor”, o petista “apostou em ideias que cheiram a naftalina e na desconstrução de qualquer medida (ainda que correta) implementada pelo governo anterior.”

“Tudo isso criou o climão que estamos vivenciando: juros asfixiantes, sem perspectiva de queda; dólar acima de 6 reais; recuperações judiciais batendo novos recordes; e um crescimento de PIB bonito na superfície, mas medíocre tendo em vista o potencial deste país”, sublinhou a reportagem.

“É aí que entram as lições da eleição nos Estados Unidos”, alerta o texto, “onde, mais uma vez, a população votou com o bolso.”

Trocando em miúdos: de nada adiantou a Joe Biden uma economia pujante, o desemprego em mínimas históricas e a Bolsa de Valores registrando lucros opulentos.

Os democratas perderam o pleito para Donald Trump em boa parte porque o americano médio, pressionado pela disparada do custo de vida, não se via desfrutando daquela prosperidade.

Por aqui, o sentimento não é diferente. E as pesquisas estão aí para confirmar: segundo o Datafolha, 41% dos brasileiros acham que a situação econômica piorou nos últimos meses, enquanto apenas 26% disseram que ela melhorou.

Começa a se desenhar, assim, a resposta que o povo dará nas urnas em 2026. Que assim seja. O Brasil não aguentará mais quatro anos de Lula. Nem sei se aguenta os próximos dois…

Categorias: OPINIÃO

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