Os bons tempos estão de volta
Naturalmente, como já se previa, o retorno de Lula à presidência da República abriu as portas da esperança para uma penca de petistas que, longe do poder desde a cassação da Dilma, vinha sofrendo de dolorosa crise de abstinência por falta de uma generosa boquinha em alguma empresa pública.
Principais objetos do desejo da turma, a Petrobras e a Itaipu já abrigam muitos deles em diretorias, gerências e assessorias regiamente remuneradas, conquistadas, salvo raríssimas exceções, não por suas eventuais qualificações técnicas, mas pelos relevantes serviços prestados ao partido ou pela indicação de um padrinho bondoso.
Outro tradicional cabide de empregos que vem sendo rapidamente aparelhado pelo pessoal, em ritmo de “farinha pouca, meu pirão primeiro”, é a companhia dos Correios que, por sinal, chegou até a gerar lucro no governo Bolsonaro, mas já voltou a dar prejuízo, como sempre acontecia nas gestões petistas anteriores, pois, para essa gente, a “função social” das estatais, verdadeiras vacas sagradas da esquerda, é fornecer tetas gordas, abastecidas com o dinheiro dos contribuintes, para os cupinchas mamarem à vontade.
Tanto é que Lula não apenas encerrou o programa de privatizações como segue criticando ferozmente a venda da Vale e da Eletrobrás. Se pudesse, ele as estatizava novamente para acomodar mais algumas dezenas de apaniguados.
Mas tem também aqueles companheiros que não querem cargos e preferem fazer altos negócios através do tráfico de influência.
É o caso de Fernando Neto, notório figurão do PT, dirigente da sigla na cidade de Brasília, ex-membro do diretório do Distrito Federal, que teve suas atividades relatadas em matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.
Conta a reportagem que “ele exibe seu prestígio na capital circulando nas mais diversas correntes políticas, percorrendo o Palácio do Planalto, a Esplanada dos Ministérios e o Congresso Nacional para fazer lobby e oferecer serviços em reuniões fora de agendas públicas”.
Antigo “faz-tudo” do ex-ministro José Dirceu, que diz ter rompido com ele em 2023, Fernando se apresenta em suas andanças como dono do Atualbank, uma empresa que, apesar do nome, não é autorizada pelo Banco Central, tem “laranjas” envolvidos em sua composição acionária, é ligada a um estelionatário condenado no Mato Grosso e usa um título falso do Tesouro Nacional para simular um lastro de 8,5 bilhões de reais.
Não resta dúvida que ele reúne as melhores credenciais possíveis para tratar dos interesses de seus clientes junto aos diletos amigos que tem à disposição em um governo formado por boa parte da quadrilha que protagonizou recentemente o maior esquema de corrupção da história do país.
Como se diz no linguajar popular, sinta-se em casa.
1 comentário
Olavo Arsenio · 07/09/2024 às 23:49
Parabéns pela síntese deste desgoverno…