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O homem certo no lugar certo

Publicado por Caio Gottlieb em

Considerando os princípios que vêm norteando o seu terceiro mandato presidencial, Lula não poderia ter escolhido ninguém melhor do que Ricardo Lewandowski para chefiar o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Colocado pelo próprio Lula no Supremo Tribunal Federal em 2006, ele sempre demonstrou sua gratidão de forma incondicional, retribuindo a dádiva recebida com uma vasta coleção de decisões favoráveis ao seu padrinho e ao Partido dos Trabalhadores, até se aposentar em abril do ano passado.

Como revisor do escândalo do Mensalão, por exemplo, Lewandowski votou, em 2012, para que José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil de Lula, e o ex-presidente do PT, José Genoíno, fossem absolvidos da acusação de corrupção passiva, ignorando as provas maciças que os incriminavam. Ambos acabaram sendo condenados, mas ele fez a sua parte.

Quando comandava o STF, em 2016, função que o levou a presidir no Senado o julgamento que determinou o impeachment de Dilma Rousseff, ele permitiu, a pedido de aliados da petista, que os parlamentares votassem separadamente a cassação e a suspensão dos direitos políticos, o que possibilitou que ela mantivesse a prerrogativa de disputar eleições e assumir postos na administração pública.

Mas o melhor estava por vir.

Em junho de 2021, Lewandowski acatou um pedido de Cristiano Zanin, advogado de Lula, que hoje – não por acaso – ocupa na Corte a cadeira que era sua, e anulou, arguindo a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, as provas obtidas no acordo de leniência celebrado entre a Odebrecht e o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato, que se baseava em documentos com indícios de pagamento de propina ao petista.

O ato foi essencial para que Lula se tornasse elegível e pudesse ser candidato à presidência em 2022.

Pouco antes de pendurar as chuteiras, o ex-ministro ainda teve a oportunidade de suspender trechos da Lei das Estatais e abrir caminho para a volta da nomeação de políticos em empresas públicas, como queria o atual inquilino do Palácio do Planalto.

São, enfim, apenas alguns registros de uma extensa e inestimável folha de bons serviços prestados à causa por um valoroso e fiel companheiro.

Diante disso tudo, conclui-se que em um governo onde não se observa o menor compromisso com o combate à impunidade de gente poderosa envolvida em falcatruas, o futuro ministro da Justiça preenche todos os requisitos para exercer o cargo.

E com louvor.

Categorias: OPINIÃO

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