Maconheiros empesteiam a Big Apple
Por mais cosmopolita, descolada e liberal que seja, Nova York não está engolindo – ou aspirando – bem a legalização do uso recreativo da maconha na cidade.
Pouco mais de dois anos após a liberação da venda da droga para maiores de 21 anos na maior metrópole dos Estados Unidos, uma expressiva maioria de sua população já manifesta forte rejeição à polêmica iniciativa, temendo um crescimento no consumo da substância e expondo preocupações com a segurança pública, com os impactos sociais e com os possíveis efeitos negativos na saúde mental e física da comunidade.
Fora isso, diante da percepção de que a maconha pode servir como porta de entrada para o uso de entorpecentes mais pesados, há receios relacionados à potencial escalada da criminalidade, uma vez que a legalização pode não ter o efeito desejado de reduzir significativamente o narcotráfico.
De todo modo, a cidade vem assistindo à uma rápida expansão dos dispensários, como são chamados os locais dedicados ao comércio da cannabis, que disputam espaço com bares, lanchonetes e outros pequenos negócios, trazendo junto um novo conjunto de desafios provocados pelo consumo nas ruas e pela poluição do ar devido aos odores desagradáveis da queima da erva, similares ao cheiro exalado pelos guaxinins.
Inevitável, o aumento do consumo do fuminho em espaços públicos tornou-se um incômodo crescente para os nova-iorquinos não afeitos a curtir o barato, que agora se deparam com o aroma característico da cannabis em muitas áreas urbanas.
Isso levanta questões sobre a qualidade do ar e os danos à saúde respiratória dos moradores e visitantes, especialmente para as pessoas sensíveis a substâncias inaláveis.
Trata-se, enfim, de uma realidade que também as cidades brasileiras poderão ter que encarar em um futuro próximo quando o Supremo Tribunal Federal retomar o julgamento da descriminalização do porte de drogas no país.
Até o momento o placar na Corte é de 5 a 1 a favor da liberação da maconha.
Ou seja, são remotas as chances de que o STF não extrapole mais uma vez as suas atribuições atropelando a legislação sobre o tema já aprovada pelo Congresso Nacional, que é mais restritiva na diferenciação entre o usuário e o traficante de narcóticos.
Vai um baseado aí, mano?