Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o nosso site e as páginas que visita. Tudo para tornar sua experiência a mais agradável possível. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com o monitoramento descrito em nossa Política de Privacidade.

A maionese da reforma desandou

Publicado por Caio Gottlieb em

Era imperiosa a necessidade de uma mudança radical no sistema de impostos do país, considerado o mais anacrônico, esdrúxulo e injusto do planeta.

Tinha-se como bastante razoável, nesse sentido, o texto original da reforma ora em curso, idealizada com o nobre propósito de buscar maior justiça fiscal através de regras modernas que simplificassem a arrecadação dos tributos, mas com o solene compromisso de não aumentá-los de jeito nenhum.

Pelo andar da carruagem, o primeiro objetivo, a duras penas, deve ser alcançado, mas não há mais tanta certeza quanto ao segundo.

Depois de ser desfigurado ao passar inicialmente pela Câmara Federal e sofrer novas distorções ao ser aprovado no Senado, o projeto voltou para análise dos deputados repleto de exceções resultantes da atuação de lobbies poderosos que trabalharam com afinco para proteger segmentos empresariais com melhor articulação política no Congresso Nacional.

O saldo final dessa esculhambação é que provavelmente teremos um imposto único de 28%, que será o mais alto do mundo, acarretando um consequente aumento brutal da tributação a recair especialmente sobre o setor de serviços, que inevitavelmente cobrará a conta no bolso dos consumidores.

Já existem motivos mais do que suficientes para se começar a desconfiar que a tão esperada e desejada reforma tributária vai se transformar em um verdadeiro presente de grego.

Vê-se um esforço de décadas caminhando em direção ao fracasso.

Vamos nadar, nadar, nadar, pra acabar morrendo na praia.

Como diria Roberto Campos, o Brasil não perde a oportunidade de perder uma oportunidade.

Categorias: OPINIÃO

1 comentário

PEDRAO · 06/12/2023 às 00:15

Alguns Estados, inclusive o Paraná, já aumentaram o ICMS. Mas me estranha os liberais indo contra as reformas que tanto o Estado necessita. Entendi, não foi o Paulo Guedes quem aprovou. Mas o Ratinho não perdeu a oportunidade e já aumentou o ICMS.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *