Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o nosso site e as páginas que visita. Tudo para tornar sua experiência a mais agradável possível. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com o monitoramento descrito em nossa Política de Privacidade.

Definitivamente, os argentinos não se ajudam

Publicado por Caio Gottlieb em

Assim como causou espanto a descoberta de que existe no Brasil uma maioria que teve a desfaçatez de entregar novamente o poder, com as decisivas contribuições do STF e do TSE, à quadrilha que saqueou a Petrobras e protagonizou o colossal escândalo de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato, também provoca estupefação saber que há na Argentina um contingente expressivo de cidadãos que cometeu a temeridade de colocar no segundo turno das eleições presidenciais o candidato do grupo político que arruinou nação vizinha de forma devastadora nos últimos quatro anos.

Do lado de cá da fronteira, temos eleitores que são cúmplices ou, na melhor das hipóteses, coniventes com a roubalheira; do lado de lá, temos eleitores masoquistas dispostos a continuar sofrendo as consequências de um governo desastroso e não menos corrupto.

Ao suplantar o oposicionista Javier Milei, que vinha liderando as pesquisas até às vésperas do primeiro turno disputado no domingo (22), levando Sergio Massa em primeiro lugar para o confronto final marcado para o dia 19 de novembro, o peronismo, como é conhecido o bando de gafanhotos que há décadas dilapida as finanças públicas comprando votos dos pobres com benesses sociais que exauriram os recursos do país, acabou mostrando uma inesperada sobrevida.

O fato é que com o esquerdista Massa na Casa Rosada, a Argentina será comandada exatamente pelo ministro da Fazenda do atual governo que afundou a economia numa aterradora hiperinflação que supera os 140% ao ano, jogou na miséria absoluta quase metade da população, esgotou as reservas internacionais e esculhambou o setor produtivo do país que já foi um dos mais ricos do mundo.

Em caso de vitória de Milei, que defende uma agenda ousada e polêmica de medidas de austeridade e de enxugamento de ministérios e órgãos públicos ineficientes, a direita terá uma segunda chance para repor a Argentina nos trilhos do desenvolvimento, depois da oportunidade desperdiçada por Maurício Macri ao se deixar seduzir pela ambição de buscar a reeleição, abandonando um programa de governo que vinha dando certo e passando a tomar decisões populistas que, no fim das contas, não impediram a vitória de Alberto Fernández e a volta do peronismo.

Seja quem for, o vencedor precisará construir uma sólida maioria parlamentar para implementar um grande pacote de profundas reformas econômicas, políticas e administrativas, em boa parte impopulares, mas imprescindíveis, inadiáveis e urgentes para tirar o país do buraco.

Em resumo, considerando a gravidade da situação argentina, não existe possibilidade de cura sem dor.

Traduzindo: as coisas ainda vão piorar bastante antes de começarem a melhorar, se é que isso acontecerá algum dia.

É triste a sina dos povos que seguem acreditando nos milagres impossíveis prometidos pelo socialismo. Que Deus se apiede deles.

Categorias: OPINIÃO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *