Toda a glória ao STF
Ninguém mais precisa ter medo de ser processado, condenado e preso por falar que o Supremo Tribunal Federal teve participação deliberada, efetiva e crucial nos esforços para dar a Lula o seu terceiro mandato na presidência da República.
Trata-se, afinal, de uma verdade tão incontestável e tão escancarada que seus próprios integrantes já desistiram de tentar negá-la e começam, paulatinamente, a assumi-la abertamente.
Primeiro foi o ministro Luís Roberto Barroso que, sem a mínima preocupação de ao menos manter uma certa aparência de neutralidade da Corte que hoje preside, roubou (ops) a cena em um congresso estudantil ao proferir a famosa frase “Nós derrotamos o bolsonarismo!”
Agora foi a vez do decano Gilmar Mendes, em outro arroubo (ops) de sinceridade, rasgar a fantasia e declarar em alto e bom som, durante evento com empresários em Paris, que “Se hoje temos a eleição do presidente Lula, isso se deveu a decisões do Supremo Tribunal Federal”.
Inegavelmente, o STF fez tudo o que foi decisivo para Lula ser declarado presidente.
Não só decidiu anular a sua própria jurisprudência e revogou a prisão em segunda instância, o que tirou Lula da cadeia onde estava cumprindo pena pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Também anulou as quatro ações penais contra ele com a cândida desculpa de que o endereço dos processos estava errado, o que suprimiu a ficha suja que o impedia de se candidatar.
Durante toda a campanha, o braço eleitoral do STF, o TSE, trabalhou sistematicamente a favor de Lula e contra seu adversário e não permitiu nenhuma investigação sobre a contagem dos votos.
Como registrou o jornalista José Roberto Guzzo, “num país governado por um sistema oficial de mentiras, é realmente um conforto ouvir um peixe graúdo do regime restabelecer a verdade dos fatos numa manifestação pública. Lula não foi colocado no Palácio do Planalto pelo eleitor brasileiro; está lá pela vontade do STF”.
Ou seja, o petista deve tudo aos ministros. Está de volta ao poder porque o STF quis. Do contrário, continuaria até hoje ocupando uma cela da Polícia Federal em Curitiba pagando suas dívidas com a Justiça.
Espera-se que ele e o PT não demorem a vir a público para agradecer aos ilustres magistrados pelo presente recebido.
A ingratidão é um pecado imperdoável.
4 comentários
AUGUSTO COSTA · 20/10/2023 às 20:31
Excelente texto, no qual cabe apenas uma pequena correção:
A ordem correta é esta: preso, condenado e talvez processado tão sumariamente como os dois anteriores. É o fim do Estado de Direito brasileiro.
Nilso · 20/10/2023 às 20:16
A vaidade sempre será contra o vaidoso. Dos 11, difícil encontrar um sem a empáfia dos que de acham OS CARAS!
Marcos Villanova de Castro · 20/10/2023 às 20:15
Esse é o mais escandaloso capítulo da história do Brasil e diz muito sobre a passividade de nosso povo.
Eduardo Ribeiro Neto · 20/10/2023 às 16:18
Sagaz e contumaz, parabéns