Esperamos vocês de braços abertos
Não há nada de novo em noticiar as iniciativas de países e cidades para atrair turistas, uma rendosa e indispensável fonte de receita para suas economias.
Novidade mesmo são as ações que países e cidades vêm implementando para – pasmem – evitar, e até punir, o que já se convencionou chamar de “overtourism”.
Pois é: cansados do trânsito, barulho, poluição e lixo causados pelo turismo em excesso, muitos destinos populares da Europa, como Amsterdã, na Holanda, Veneza, na Itália, e Atenas, na Grécia, só para citar três exemplos, começaram a estabelecer proibições e aplicar multas e impostos para desencorajar visitantes.
Literalmente, estão trocando os slogans de suas campanhas publicitárias: antes era o “venham nos visitar”; agora é “por favor, não venham”.
Tomadas por hordas de forasteiros, algumas cidades europeias tornaram-se praticamente inabitáveis para seus moradores e vivem superlotadas, inseguras e desconfortáveis.
O fato é que muitos dos lugares mais bonitos, charmosos, desejados e civilizados do mundo não estão mais conseguindo sobreviver ao fluxo de milhões de pessoas ano após ano.
Por outro lado, as multidões também não são uma experiência agradável para os próprios turistas, que ficam presos em longas filas apenas para caminhar em calçadas, comprar uma bebida, entrar em um restaurante ou embarcar em um trem, avião ou ônibus.
Mas há uma saída para os viajantes rejeitados pelos europeus: venham para o Brasil.
Tenham a certeza de que o trânsito, o barulho, a poluição e o lixo que você trouxerem não vão nos incomodar. Convivemos tranquilamente com esses pequenos problemas há muito tempo. Sim, é verdade que tem a questão da criminalidade, porém, não é tudo isso que se fala por aí. A imprensa sempre exagera. Podem vir sem medo.
Serão muito bem recebidos.
3 comentários
Inácio Kroetz · 20/09/2023 às 14:13
Perfeita a matéria sobre a situação, em julho estive em Veneza pela terceira vez, e em Atenas. Em Amsterdã várias vezes. Dependendo da época, o turista pode até ter dificuldades para admirar, curtir as belezas naturais e as artes locais etc. Mas se o visitado não achar por bem, é só cobrar o que é justo pelo “incômodo” e viver bem com outras fontes de renda, se tiver. Lugares aprazíveis e gente simpática existem em muitos lugares e o inverso é verdadeiro. Simples assim. Vou continuar viajando enquanto puder!
Marcos Villanova de Castro · 20/09/2023 às 11:12
Blumenau também fez coisa parecida, uma espécie de “desmarketing”: quando o excesso de visitantes da Oktoberfest começou a criar problemas, a organização da festa reduziu drasticamente as campanhas promocionais, que chegaram a ter âmbito nacional, lembra?
Marcos Villanova de Castro · 20/09/2023 às 11:09
Bem isso, Caio. Turistas em excesso causam problemas há bastante tempo. Lembro que, em 1999, eu vi uma campanha publicitária encomendada pela prefeitura de Veneza para falar mal da própria cidade. A campanha chamava “Contra Veneza, Por Veneza” e, basicamente, apresentava fotos das imundices dos canais e ruelas da cidade: ratazanas enormes, lixo acumulado, cheiro de urina e fezes, batedores de carteira, etc.
Como se sabe, não adiantou muito: todos os anos milhões de turistas invadem a maravilhosa cidade infernizando a vida de seus moradores.