O sociólogo deu nota 10 para o prefeito
O mundo perdeu há poucos dias um dos mais renomados sociólogos contemporâneos, o italiano Domenico De Masi, famoso por formular o conceito do “ócio criativo”, ideia que valoriza a importância do tempo livre para a criatividade e vem ganhando cada vez mais sentido com o avanço da tecnologia.
Para ele, o ócio criativo é a natureza do ser humano. O ser humano não foi feito para trabalhos cansativos, brutais ou entediantes. Ele foi feito para trabalhos criativos. Quando o trabalho é criativo, não é trabalho.
Professor emérito de Sociologia do Trabalho da Universidade La Sapienza, de Roma, Domenico deixa uma grande herança cultural constituída por pesquisas, obras literárias e teses que transformaram o pensamento acadêmico sobre o trabalho e o lazer, resumidas por ele em uma citação: “não existe progresso sem felicidade, e felicidade sem justiça social”.
Domenico nutria encantamento pelo Brasil, onde cultivou numerosas amizades. Conhecia profundamente o país. Deixou isso registrado em diversos textos e depoimentos.
Em um desses testemunhos, por sinal, ao assinar o prefácio do livro “Desafios de Foz do Iguaçu”, de Raimundo Caruso, fez um elogio consagrador a uma das maiores conquistas das duas gestões do ex-prefeito Paulo MacDonald Ghisi, que governou a cidade entre 2005 e 2012.
Vamos lembrar: das 10 melhores escolas do Brasil, naquela época, o primeiro, o quarto e o oitavo lugares eram de escolas municipais de Foz.
E as cinco melhores do Paraná eram todas da Capital do Turismo.
Idealizadas, projetadas e construídas por Paulo MacDonald e sua equipe, elas lideravam o ranking do Ministério da Educação que mede a qualidade do ensino básico no país.
Reportando-se ao fato, Domenico escreveu: “O modelo de escola adotado por Foz do Iguaçu é o ideal. É bem planejada, arejada, com espaços grandes e alegres. Não tem comparação com as do primeiro mundo. São melhores”.
1 comentário
Paulo Porsch · 19/09/2023 às 08:58
Prezado Caio,
Convivi por quase 1 ano com De Masi, entre 2001 e 2002, estudando sociedade e os modelos organizativos, no Brasil e na Itália. De Masi de fato foi um grande inspirador das coisas ligadas ao trabalho. Diria que ele antecipou em mais de 20 anos o que hj praticamos como home office. Ainda nos anos de 1990 ele desenvolveu a ideia do “telelavoro”, ou teletrabalho, como mecanismo de dar ao trabalhador a possibilidade de dedicar mais tempo a outras dimensões da sua vida. Uma das aulas dele que mais me lembro foi sobre o gênio Micheangelo, que levou 4,5 anos para pintar a cúpula da Capela Sistina. Aliás, essa aula foi na Cúpula, mas do lado de cima – na cobertura externa. De Masi foi um gênio que tbem era genioso. Um alma irrequieta que buscava antever o futuro. Perde a humanidade!