Nada de novo no front
É preciso ler o livro “A Organização: a Odebrecht e o esquema de corrupção que chocou o mundo” para se ter a exata dimensão do favor que o ministro Dias Toffoli prestou à criminalidade ao anular as provas do gigantesco aparato de distribuição de propinas comandado pela empreiteira e desvendado pela Operação Lava Jato.
Escrito pela jornalista Malu Gaspar e lançado em 2020, trata-se do resultado da meticulosa e impecável reportagem investigativa produzida por ela sobre a maior roubalheira de dinheiro público da história do país, um escândalo de proporções épicas que envergonha o Brasil até hoje, principalmente pela impunidade dos figurões ilustres nele envolvidos.
Não são narrativas a serviço desta ou daquela corrente política.
São fatos incontestáveis, baseados em confissões espontâneas sustentadas por farta documentação e em delações premiadas devidamente homologadas pela justiça.
Colunista do jornal O Globo e comentarista da rádio CBN, Malu é um dos nomes mais respeitados da imprensa brasileira.
Posso ter discordado inúmeras vezes de suas opiniões, mas não posso negar que ela seja uma profissional competente, ética, isenta e imparcial.
Sua obra sobre o assalto aos cofres da Petrobras e de outras estatais perpetrado pela quadrilha de empresas liderada pela Odebrecht em conluio com agentes públicos comprova que a decisão de Toffoli, o ex-advogado do PT que Lula colocou no Supremo Tribunal Federal, é uma completa farsa jurídica destinada a reescrever a história e enterrar de vez a Lava Jato, ato a ser consumado mais à frente com o respaldo dos demais integrantes da Corte.
Depois de extinguir as condenações de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, eles agora vão inocentá-lo de todas acusações, em que pesem as gritantes evidências em contrário, e punir exemplarmente policiais, procuradores e juízes que um dia ousaram combater corruptos poderosos, chegando a recuperar mais de 6,5 bilhões de reais que haviam sido saqueados da nação e que agora possivelmente serão devolvidos aos ladrões.
Pouco a pouco, mas de maneira persistente e acintosa, o consórcio formado pelo PT e pelo STF para ganhar as últimas eleições presidenciais vem implantando uma autocracia (ou seria uma cleptocracia?) no país.
Existia até há pouco tempo a esperança de que o Congresso Nacional, pela força da maioria conservadora de seus senadores e deputados federais eleitos no ano passado, pudesse ser um bastião de resistência democrática para conter os desmandos do governo e as arbitrariedades dos tiranos de toga.
Ledo engano.
Grande parte dos parlamentares que em tese estariam na oposição já foi comprada com cargos, verbas e benesses.
O restante, com raríssimas exceções, está valorizando o passe à espera de uma oportunidade para se vender por bom preço.
Afinal, é o modus operandi da turma que voltou ao poder. Foi assim que surgiu o Mensalão, o Petrolão e outras tantas e memoráveis tramoias.
Por que agora haveria de ser diferente?
5 comentários
RAMSO ATSOC · 12/09/2023 às 16:17
A MÁFIA VOLTOU
Leandro Salomão · 12/09/2023 às 15:22
Perfeito!
“O amigo do amigo de meu pai”
Leandro Salomão · 12/09/2023 às 15:21
Perfeito..
“O amigo do amigo de meu pai”
Fátima Julião Pinezi · 12/09/2023 às 14:11
Triste realidade que nos envergonha, e nos faz sentir o mais vil dos sentimentos, o ódio e a impotência, ante esses facínoras, que tomaram o Brasil a forceps. Só Deus pode nos salvar, dessa malta bandida, que se vende inescrupulosame por tão pouco.
WALMIR · 12/09/2023 às 13:36
Enquanto os bons se calam os VAGABUNDOS CORRUPTOS fazem a festa