A pátria amada virou piada
Era inevitável a comparação diante da extrema polarização que se cristalizou definitivamente na vida política brasileira depois da disputa presidencial do ano passado.
Contrastando com as duas últimas celebrações da Independência na gestão Bolsonaro, lembradas pelo mar de gente vestida de verde e amarelo lotando a Esplanada dos Ministérios, o primeiro 7 de Setembro do terceiro mandato de Lula foi marcado, no mesmo cenário, pela escassa presença de povo.
Só não foi pior porque o Palácio do Planalto, providencialmente, convocou servidores de todos setores da administração federal para fazer número, além de assegurar uma plateia simpática a Lula, barrar as vaias e impedir protestos.
Mas o que mais chamava a atenção eram as vastas porções de arquibancadas vazias durantes os desfiles cívico-militares.
Ficou representada ali, de forma flagrante e inequívoca, a forte rejeição de grande parte da população ao atual presidente.
Já os militantes do PT e das siglas de esquerda que participaram da pífia comemoração foram agraciados com lanches servidos por soldados do Exército, o que demonstrou a subserviência humilhante a que as Forças Armadas estão sendo submetidas pelo novo governo.
Deve-se destacar, aliás, que o cardápio oferecido à companheirada na ocasião melhorou substancialmente em relação a tempos passados.
Antes era pão com mortadela, agora é cachorro-quente. Partido no poder é outro nível.
Por fim, como derradeiro registro da festa, penso que Lula e Janja, sabendo que as circunstâncias não eram muito favoráveis à manutenção do ritual, poderiam ter evitado o tradicional desfile em carro aberto.
Foi constrangedor vê-los em pé a bordo do Rolls-Royce acenando para uma multidão imaginária.
Talvez tenha sido o maior mico já pago por um presidente da República na história do país.
1 comentário
Inácio Kroetz · 12/09/2023 às 12:11
Aqui se planta, aqui se colhe…..