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38 = Justiça de Mato Grosso. 22 = Dois patinhos na lagoa

Publicado por Caio Gottlieb em

Por Nilso Romeu Sguarezi*

Década de 50. Milhares de migrantes gaúchos e catarinenses tinham se mudado para o Oeste e Sudoeste Paranaense e, alguns mais arrojados, já se aventuravam para o gigante, inóspito e bravio Mato Grosso, então o segundo maior estado da federação que com a divisão em 11 de outubro de 1977, MT do Norte ficou com 903.207,050 km2 e MS com seus 357.145,531 km², portanto maior que o Pará com seus 1.245 870,798 km².

Tenho um grupo de amigos desse tempo, em que cantávamos nas nossas festas aquela música do campeão mundial de futebol “noventa milhões em ação” (https://www.youtube.com/watch).

Era comum nos clubes, bares e salões quermesses das igrejas e paroquias o jogo do bingo, a popular víspora – modalidade de rodar a cesta e tirar as bolinhas numeradas para marcar nos cartões que eram distribuídos para os jogadores.

Tão popular era o jogo que algumas bolinhas numeradas já tinham seus apelidos conhecidos e eram anunciadas não pelo número, mas sim pelo símbolo que a população tinha cunhado.

Assim, quando saia o número 38, simplesmente se escutava o locutor em voz empostada sentenciar: JUSTIÇA DE MATO GROSSO! e o 22, DOIS PATINHOS NA LAGOA!

Popularmente se dizia naqueles tempos que as disputas pela terra no Mato Grosso eram resolvidas no tiro e o revólver calibre 38 era o mais letal e usado.

Daí o dito popular de dizer que o 38 era a justiça do imenso território mato-grossense.

Da mesma forma, pela semelhança do número dois com um patinho, o vinte e dois era conhecido como os DOIS PATINHOS NA LAGOA.

Claro que muitos outros números, assim como no jogo do bicho tinham seus apelidos, o 7 do mentiroso, o 13 do azar, o 17 do macaco e o famoso 24 do veado.

Dia desses, numa roda de velhos amigos de infância e adolescência, lembrávamos destas estórias quando o octogenário e decano do grupo saiu com esta: “Pois é, parece que a propaganda do Banco Bamerindus está voltando. Lembram aquela que dizia: ‘O tempo passa., o tempo voa e o Bamerindus continua numa boa’? Ao que outro retrucou: “Claro que lembramos porque inclusive o Bamerindus ‘sifu’ e não ficou na boa”, ao que então o decano explicou: “Pois é turma, a vida é uma piada. No nosso tempo 38 era a Justiça do Mato Grosso agora passou a ser a arma do Lula nesta selva do vale tudo para comprar os deputados bolsonaristas do 22. Vai criar mais um ministério, exatamente o fatídico 38, para comprar os deputados bolsonaristas.

Um dos fanáticos bolsonaristas, em tom de deboche, repicou: “Comprar deputado coisa nenhuma, vai comprar mais dois barquinhos com o nome dos netos pra colocar na no sítio de Atibaia do amigo dele”.

E nosso velho e sábio decano arrematou: “Vocês ainda vão ter que assistir o Lula desmontar o armamento dos 38 do Mito como o vovô paz e amor com o 22 dos barquinhos dos netos”.

Foi então que a nona Cecilia falou: “Aposto que este circo vai pegar fogo e derreter estes relógios dos homens, ainda mais agora que a Justiça mandou sequestrar os bens daquele ministro que usou as emendas do orçamento secreto pra fazer uma estrada de asfalto na fazenda dele. Coitada da prefeita que é a irmã dele, vai pagar o pão que o diabo amassou.”

A roda se desfez, mas conheço a turma, na próxima vai ter mais pimenta e caipira na roda.

*Nilso Romeu Sguarezi, advogado e colaborador do blog

Categorias: OPINIÃO

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