Que impere o caos
Não foi um, nem dois, nem dez.
Foram exatos 33 os alertas emitidos pela Agência Brasileira de Inteligência a diversos órgãos federais nos dias anteriores aos incidentes para informar sobre a iminente probabilidade de ataques violentos em Brasília no fatídico 8 de janeiro.
Em bombástico depoimento nesta semana à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que apura os atos de selvageria cometidos nas sedes dos Três Poderes, o ex-diretor-adjunto da Abin, Saulo Moura da Cunha, então no cargo por nomeação do governo que acabara de tomar posse, afirmou que uma das mensagens foi bastante clara ao mencionar que tinha sido detectado “risco de invasão e depredação de prédios e da presença de pessoas que diziam estar armadas”.
Um dos inúmeros destinatários que tiveram conhecimento dos comunicados, sublinhou o depoente, foi o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, que as câmeras do Palácio do Planalto flagraram circulando placidamente no meio dos arruaceiros, cena comprometedora que provocou sua exoneração e forneceu combustível para aumentar as suspeitas, já fortalecidas por outros indícios, de que o novo governo fez vistas grossas aos vandalismos.
Dando ainda mais consistência a essas conjecturas, Saulo também confirmou o fato já sabido por outras revelações de que foi o G. Dias, como é conhecido o ex-ministro, que determinou a remoção do nome dele de uma planilha com a relação de todas as autoridades que receberam avisos da Abin sobre o que estava prestes a acontecer.
Ou seja, o general de confiança de Lula, que caminhava ao seu lado como uma verdadeira sombra desde o primeiro mandato na presidência da República, mandou adulterar um documento oficial para apagar a marca do batom na cueca.
Diante do escândalo escancarado, ninguém mais pode chamar de teoria conspiratória a desconfiança de que o governo do PT negligenciou propositalmente o curso dos eventos que culminaria na devastação dos edifícios públicos.
As evidências estão gritando.
Parecia o plano perfeito para se colher dividendos políticos em cima de uma omissão deliberada e oportunista: já que a bagunça era inevitável, deixa a destruição correr solta pelas mãos de algumas centenas de imbecis, apoiados e incentivados por infiltrados da esquerda especialistas em quebra-quebra, e joga a culpa nos eleitores do Bolsonaro.
Tudo estava indo bem até o Saulo ser convocado para falar na CMPI e estragar a festa.
Que sujeito desmancha-prazeres.
2 comentários
Roberta · 03/08/2023 às 16:13
Agora resta saber se os responsáveis vão responder por isso, porque os presos políticos que em nada guardam relação com o episódio, continuam presos, enquanto os verdadeiros responsáveis se mantém soltos.
Nilso · 03/08/2023 às 15:18
Bolsonaristas foram engabelados pelos lulopetistas que insuflaram a invasão para articularem „A NARRATIVA DO GOLPE ANTIDEMOCRÁTICO“. Nada mais que isso e muitos inocentes úteis, como sempre acontece, vão pagar a conta.