Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o nosso site e as páginas que visita. Tudo para tornar sua experiência a mais agradável possível. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com o monitoramento descrito em nossa Política de Privacidade.

À procura do menos pior

Publicado por Caio Gottlieb em

Desiludidos de qualquer esperança futura, os argentinos vão às urnas no próximo dia 13 para cumprir o ritual das eleições primárias obrigatórias, sistema existente desde 2009 que serve para indicar quais candidatos irão representar cada uma das forças políticas que ambicionam concorrer à presidência da República.

Marcada para o dia 22 de outubro, a disputa pela Casa Rosada não terá a participação do atual presidente Alberto Fernández e nem de sua vice Cristina Kirchner, que desistiram de buscar à reeleição após terem fracassado fragorosamente na tentativa de sanear a gravíssima crise econômica que eles próprios, na linha de frente dos mandatos peronistas que se sucederam no poder nas últimas décadas, com o breve intervalo de uma administração de direita pouco eficiente, contribuíram para produzir.

Ninguém por lá acredita que algum dos nomes que estão no páreo, independente do espectro ideológico, seja minimamente capaz de tirar a Argentina do abismo em que foi jogada por decisões desastrosas de gestões incompetentes, irresponsáveis, tresloucadas, perdulárias e corruptas, que colocaram quase a metade da população na extrema pobreza.

Turbinada pelas incertezas que rondam um país onde tanto as lideranças da situação como da oposição estão totalmente desacreditadas, e imune às medidas de um governo inepto em estado terminal que já esgotou todo o arsenal disponível para conter a alta do dólar e a escalada do custo de vida, a inflação anual superou nesta segunda-feira (31) a marca dos 115% e caminha a passos largos para ultrapassar no final do ano o patamar dos 150%.

Aliás, um dos sinais mais visíveis de um surto inflacionário, que é a perda acelerada do poder aquisitivo do dinheiro, é a quantidade de moeda em espécie necessária para pagar despesas de pequena monta.

Um exemplo clássico são as fotografias que mostram pessoas na Alemanha contando e transportando milhares de cédulas para comprar um único pão na década de 1920 quando o país, devastado pela primeira grande guerra, enfrentava os horrores da hiperinflação.

Pois nossos infelizes hermanos não estão mais tão longe disso.

Falando por si só, a imagem que ilustra esta postagem foi feita dias atrás em um restaurante simples na cidade de Cafayate, na província de Salta, onde dois casais de brasileiros se reuniram para um jantar sem pratos caros, regado a um modesto vinho tinto de uma das muitas e boas vinícolas locais.

Estão esparramadas na mesa, para pagar a conta, 60 notas de mil pesos, que equivalem a pouco mais de 5 notas de 100 reais.

É o retrato assustador, pronto e acabado, da situação inflacionária explosiva que vem assolando de forma devastadora aquela que já foi uma das nações mais ricas do mundo.

Convém estudar detidamente o processo de deterioração da Argentina, que inclui o populismo desenfreado, o descontrole dos gastos públicos, o inchaço da máquina governamental e a roubalheira, para sabermos tudo o que devemos impedir que nossos dirigentes façam para que o Brasil não enverede pelo mesmo caminho.

Não custa lembrar que o peronismo nada mais é do que o lulopetismo em ritmo de tango.

Categorias: OPINIÃO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *