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Bloco de Notas

Publicado por Caio Gottlieb em

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Em seu recente passeio por Paris para participar de convescotes com a aristocracia europeia, o presidente brasileiro ganhou reportagem de capa no jornal Libération, um dos porta-vozes (que fique bem claro esse detalhe) da esquerda europeia. Saudado com o título “Lula, a decepção”, ele foi chamado na matéria de “falso amigo do Ocidente” por seus posicionamentos favoráveis a Putin na guerra da Rússia contra a Ucrânia. A publicação também teceu duras críticas à recepção calorosa que o petista ofereceu ao ditador venezuelano Nicolás Maduro na cúpula de mandatários sul-americanos em Brasília e indagou se Lula não tem conhecimento dos abusos praticados na “República Bolivariana do Autoritarismo”. Só faltou encerrar o texto com um “Volta, Bolsonaro!”.

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A propósito, foram tantas as sandices ditas por Lula em seu tour na capital da França que novamente levantou-se a suspeita de que homem não anda bem da cabeça. Uma delas, proferida durante um show musical, em mais um de seus usuais discursos raivosos, constrangedores para um chefe de estado de uma nação com a importância do Brasil, foi a acusação que fez aos países que lideraram a Revolução Industrial de serem os responsáveis pela poluição do planeta, proclamando que eles têm uma dívida histórica com a Terra. Uma infantilidade que nem uma criança com razoável conhecimento histórico cometeria. Sem a modernização dos meios de produção e dos processos de fabricação, iniciada em meados do século 19 na Inglaterra, o mundo não teria alcançado os extraordinários avanços científicos e tecnológicos que hoje beneficiam grande parte da humanidade e contribuem decisivamente para reduzir a pobreza e a desigualdade social. Ninguém, é óbvio, deu a menor bola para a asneira lulista. Mas certamente foi motivo de risos nos elegantes salões parisienses.

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Parece que o governo, especialmente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está exagerando no otimismo ao jogar todas as fichas na aprovação da reforma tributária já na primeira semana de julho. Há quem aposte que o projeto por ora nem irá a votação, tantos são os setores descontentes com o futuro regime tributário do país, ainda que seus efeitos só venham a ser sentidos no longuíssimo prazo. Os governadores e os prefeitos não estão gostando nada das mudanças e dizem que vão ficar no prejuízo. Existem cálculos que apontam um descomunal aumento de impostos para o comércio, o setor de serviços e a cadeia do agronegócio. Não custa lembrar que a bancada ruralista no Congresso Nacional tem mais de 320 integrantes. Se eles se opuserem à proposta, a reforma já era.

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Fosse em qualquer país com um poder judiciário sério e imparcial, cinco dos sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral se declarariam impedidos para atuar no processo que poderá levar Bolsonaro a ser declarado inelegível. Eles foram nomeados por Lula, o maior rival político do réu, o que sela antecipadamente a sorte do ex-presidente. Nos tribunais do júri, são descartados os membros do conselho de sentença que porventura tenham laços de parentesco ou amizade com o acusado ou que sejam inimigos dele. A isenção do julgador é um princípio básico da aplicação da justiça. Não está em questão se Bolsonaro é culpado ou inocente. É seu direito, assim como de todos os cidadãos que vivam em uma verdadeira democracia, ter um julgamento justo. E isso ele não terá.

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Mesmo com todo o seu poderio fabuloso e assustador, a Inteligência Artificial ainda está muito longe de produzir o milagre de ressuscitar um ser humano falecido. Mas algo muito próximo disso ela já consegue fazer. Paul McCartney, um dos quatro jovens ingleses de Liverpool que formaram os lendários Beatles, considerada a maior banda pop de todos os tempos, anunciou que a IA criou a “música final” do grupo, desfeito na década de 1970. A fantástica ferramenta permitiu a extração da voz de John Lennon, um dos integrantes do quarteto, de uma demo antiga para que a canção, que ele compôs e gravou em uma fita cassete pouco antes de morrer em 1980, pudesse ser finalizada. A tecnologia empregada pela Inteligência Artificial é capaz de recriar a voz de alguém por meio de repetições, além de ser inspirada em algum trecho original da voz da pessoa. O recurso vem sendo utilizado na música para “reviver” uma série de artistas póstumos. É o nosso admirável mundo novo.

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Já tem destinação definida a verba de 6 milhões de reais que a Secretaria de Estado da Saúde, através de gestões do deputado Gugu Bueno, acaba de liberar para o Hospital Universitário da Unioeste. O dinheiro vai ser empregado na conclusão das obras do Centro de Cirurgias Programadas e na aquisição de equipamentos para a Ala Materno Infantil, também em fase de finalização.

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Oscar da gastronomia, o The World’s 50 Best divulgou o ranking dos melhores restaurantes do mundo. Brasileiro melhor classificado, A Casa do Porco ficou em 12º lugar. Depois de ter chegado ao posto de 7º melhor restaurante do mundo em 2022, o consagrado templo gastronômico paulistano dos chefs Janaina e Jefferson Rueda caiu cinco posições e ficou na 12ª colocação. Quem assumiu a ponta foi o peruano Central, de Virgilio Martinez e Pía León, que havia sido o vice-campeão no ano passado. A vitória peruana, inclusive, é a primeira de um restaurante de um país latino-americano na premiação. Os espanhóis Disfrutar, em segundo, e Diverxo, em terceiro, completam o pódio de 2023. Leia mais em: https://forbes.com.br/forbeslife/2023/06/peruano-e-o-melhor-restaurante-do-mundo-e-brasil-sai-do-top-10-veja-lista/

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Noticiou-se amplamente dias atrás o término da construção da Ferrovia Norte-Sul, apelidada de Transamazônica sobre Trilhos, projetada para escoar a produção de grãos e outras cargas de três estados sem saída para o litoral (Goiás, Tocantins e Minas Gerais) por meio de duas interconexões, ao Norte e ao Sul, para os portos de Itaqui, no Maranhão, e Santos, em São Paulo. Mas o que a imprensa mais destacou, além dos incontáveis escândalos de corrupção que envolveram a obra e do seu custo de 15 bilhões de reais, foi o tempo que ela demorou para ficar pronta. Até ser assentado último dormente no percurso de 2.257 quilômetros, foram necessários 36 anos. Um leitor do blog, ao rememorar que a China construiu sua primeira ferrovia de alta velocidade em 2008 e de lá para cá já acumula uma malha de 42 mil quilômetros de modernas estradas de ferro, teve a pachorra de fazer as contas e concluiu que se precisamos de 36 anos para construir 2 mil km, construiremos 42 mil em 756 anos. Ele acha que é um tempo mais do que razoável em se tratando do Brasil… afinal, somos o país do futuro.

Categorias: OPINIÃO

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