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O STF não falha

Publicado por Caio Gottlieb em

Depois de comemorar efusivamente nas redes sociais a cassação do mandato do ex-deputado federal Deltan Dallagnol, que atuando como procurador da Justiça à frente da Operação Lava Jato desvendou a roubalheira do Petrolão e o envolvimento de importantes chefes do PT no maior escândalo de corrupção da história do país, a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, terá em breve mais um motivo para grandes festejos.

O Supremo Tribunal Federal marcou para a segunda quinzena do mês o julgamento dela e de seu ex-marido Paulo Bernardo, que chefiou o ministério do Planejamento e Orçamento nos dois primeiros mandatos de Lula, no processo em que ambos são acusados de participar do chamado “quadrilhão do PT”, um esquema de propinas que proporcionou cerca de 1,5 bilhão de reais à cúpula do partido de 2002 a 2016.

Consta da denúncia da ação, relatada pelo ministro Edson Fachin, que as vantagens ilícitas foram pagas em contratos da Petrobras, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Ministério do Planejamento e outros órgãos da administração pública durante os governos de Lula e Dilma.

Mas o único risco que Gleisi e Paulo correm é o de serem absolvidos, beneficiados que certamente serão pela “jurisprudência” que já inocentou anteriormente Lula e Dilma, os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega e o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, que também eram acusados no mesmo caso.

Não custa lembrar, a estas alturas do campeonato, que dos 125 investigados pela Lava Jato, o STF condenou até hoje apenas quatro de mais de 100 réus – entre eles um ex-deputado que já morreu (o paranaense Nelson Meurer) e outro que está recorrendo em liberdade.

É por esse retrospecto da Corte, pródiga em tratar com indulgência os criminosos de colarinho branco, que o ex-presidente Fernando Collor, recentemente condenado a prisão (a pena ainda será definida) pelo recebimento de 20 milhões de reais em suborno por desvio de dinheiro público na BR Distribuidora, falcatrua descoberta também pela Lava Jato, alimenta a esperança de não dormir uma noite sequer na cadeia.

Afinal, o jeitinho brasileiro de resolver as coisas, válido também para o Poder Judiciário, existe pra isso.

Categorias: OPINIÃO

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