Mais afinados do que nunca
Bastam os fatos, e contra os fatos não há argumentos, para comprovar a existência de uma sólida aliança entre Lula e o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
Nomeados pelo petista para ocupar as duas cadeiras que estavam vagas no TSE, os advogados Floriano de Azevedo Marques e André Ramos eram indicações defendidas pelo chefe da Corte, de quem ambos são amigos pessoais e colegas de docência na Universidade de São Paulo.
Sem a menor preocupação dos personagens de esconder o tráfico de influência que precedeu a escolha, algo que hoje em dia não é mais condenável, a confirmação dos novos ministros foi sacramentada depois de um fraternal almoço que reuniu Lula e Moraes no Palácio do Planalto.
Não se sabe se o presidente ungido pelas urnas eletrônicas atendeu o pedido para pagar alguma dívida de gratidão ou se foi simplesmente convencido por Moraes sobre os atributos jurídicos de seus apadrinhados.
Só não resta dúvida de que foi um belo agrado ao proeminente ministro que comanda no Supremo Tribunal Federal os inquéritos das fake news, das “milícias digitais” e dos atos de 8 de janeiro, todos voltados para um único objetivo: colocar Bolsonaro no banco dos réus.
Enquanto isso, os demais colegas de Moraes parecem não se incomodar nem um pouco com a ampliação dos poderes e do protagonismo avassalador que ele exerce não só no STF e no TSE como também nas grandes decisões políticas do país.
Por alguma razão, deve interessar a eles que o confrade siga avançando nesse caminho.
Antigamente, nos reinos medievais, tinha o bobo da corte, um funcionário da monarquia encarregado de entreter o soberano e fazê-lo rir.
Nas altas Cortes que imperam no Brasil nos tempos atuais, de bobo ninguém tem nada.
3 comentários
Fred Bueno · 29/05/2023 às 14:43
Manda quem pode, obedece quem tem juízo!
Elmir · 28/05/2023 às 18:54
Vergonha nacional
Gustavo Biasoli Alves · 28/05/2023 às 15:40
Eis uma característica perene da política brasileira. O chefe do Executivo tem poderes exacerbados e com isso ata a atuação independente dos demais. É passada a hora de pensar numa Reforma do Judiciário e rever a quantidade de nomeações permitidas ao Presidente da República.