Vai colher o que plantou
Pressionado por entidades do setor produtivo, pela bancada agropecuária no Congresso Nacional, por lideranças empresariais e políticas e agora também pela Comissão Parlamentar de Inquérito instalada na Câmara dos Deputados para apurar as invasões de terra promovidas pelo MST, o governo do PT anunciou que vai apresentar um plano emergencial de reforma agrária para conter as ações do agrupamento fora da lei que a sigla ajudou a criar e apoia incondicionalmente.
Ainda não se sabe o que virá dessa decisão, mas o caminho está correto.
Reforma agrária não pode ser feita na marra por uma turba de bandoleiros que afronta o direito de propriedade ocupando fazendas e espalhando terror no campo incentivada pelo silêncio cúmplice dos atuais governantes, que repete a condenável conduta das vezes anteriores em que o Partido dos Trabalhadores esteve no comando do país.
Distribuir terras para famílias de pequenos lavradores que, por qualquer motivo, tiveram que abandonar a atividade e agora desejam retomá-la, é política de estado.
Governos que pretendam implementar programas dessa natureza têm que fazê-lo utilizando imóveis da União ou adquirindo áreas de particulares que, espontaneamente, queiram vendê-las, pagando preço justo por elas.
Mas a conta vai muito além: é preciso prover os assentamentos com moradia digna, energia elétrica, saúde, escola e financiamento para a produção.
Ou seja, o buraco é mais embaixo.
É importante observar, porém, que há estados onde a reforma agrária já não mais se justifica. É o caso do Paraná, onde mais de 90% das propriedades rurais são minifúndios.
Falando nisso, o governador Ratinho Junior mandou há poucos dias um recado muito claro a quem esteja tramando invasões no estado: “Nossa vocação é produzir alimentos para o Brasil e o mundo. Nós cumprimos a constituição: propriedade privada é um bem sagrado.”
E acrescentou: “Desde 2019, nós cumprimos mais de 100 reintegrações de posse determinadas pela Justiça de invasões que ocorreram em anos anteriores e a agilidade com que fizemos as desocupações desestimulou novas invasões. Agora, com a pandemia sob controle, os estados precisam voltar a atuar rapidamente no cumprimento às ordens judiciais atendendo a necessidade daquelas pessoas que tiveram o direito à propriedade reconhecido.”
Para bom entendedor, meia palavra basta. Invasões aqui não serão toleradas.
Os agricultores paranaenses, por sinal, estão instruídos a chamar imediatamente a Polícia Militar após serem vítimas da delinquência do MST. Dentro das primeiras 24 horas após a ocupação, a PM pode retirar os invasores sem necessidade de mandado judicial. Por bem ou por mal.
Quanto à CPI, o presidente ungido pelas urnas eletrônicas poderia tê-la evitado se tivesse mandado o MST parar com a onda de banditismo, que produziu em apenas quatro meses mais de 40 ocupações, número maior do que o
registrado ao longo de 2022, o ultimo ano de Bolsonaro no poder.
Lula subestimou os alertas e agora terá que enfrentar investigações capitaneadas por uma oposição afiada para desnudar as relações promíscuas, de compadrio e conluio, que ligam o movimento ao partido que chefia o governo, com potencial para resultar em grande desgaste político e atrapalhar o andamento das pautas legislativas de interesse do Palácio do Planalto.
Presunçoso e arrogante, o petista pagou pra ver e perdeu.
2 comentários
Inácio · 02/05/2023 às 15:30
Que se cumpra o adágio popular, antes tarde do que mais tarde ainda!
O Judiciário que sempre é tão zeloso com o Estado Democrático de Direito, também não deveria explicar pq esse dito-cujo nunca teve que explicar nada sobre os atos promovidos pelo MST, dos quais resultaram mortes e muita tristeza e insegurança nas propriedades rurais?
Pode ter chegado a hora disso também.
Leandro Salomão · 02/05/2023 às 14:27
Se existe algo há tempos (décadas) violando o Estado Democrático de direito e menosprezando os poderes constituídos, principalmente, o judiciário, este grupo paramilitar chama-se: MST.
Nunca, ninguém fez nada!
Bem, com o barba solto (“inocentado”) pelo STF, se este país é um local decente e sério, o Dono do MST o ditocujo não pode se furtar de esclarecer quem e como é financiado este grupo de guerrilheiros e criminosos na CPI.
Será uma tapa na cara de todo cidadão de bem e honrado deste país, se este criminoso contumaz, não sair preso da Câmara dos Deputados – direto p/ o presídio da Papuda,pelo inacabavel rol de crimes perpetrados.
Da até pra pedir música no Fantástico.