Só não vê quem não quer
É preciso reconhecer: nunca antes na história deste país houve um presidente que realizou tanto em tão pouco tempo.
Ainda falta, é verdade, instituir o novo arcabouço fiscal, fazer a reforma tributária e apresentar programas consistentes e duradouros para a educação, a saúde e a segurança pública.
Ainda falta, é verdade, cumprir as incontáveis promessas populistas anunciadas para ganhar as eleições, mas, sejamos justos, muita coisa já foi feita.
Em apenas 100 dias de governo, por exemplo, Lula criou 37 ministérios para acomodar os amigos e aliados; trouxe de volta para o Palácio do Planalto os figurões petistas envolvidos nas roubalheiras do Mensalão e do Petrolão; suspendeu a privatização de empresas estatais deficitárias para a alegria dos políticos corruptos ávidos por capturá-las; ordenou a reabertura dos cofres do BNDES para o financiamento de regimes socialistas latino-americanos e reativou o famoso “Mais Médicos” que já despejou milhões de dólares nos bolsos da ditadura cubana, tudo isso, como sempre, a ser bancado com os impostos pagos pelos cidadãos brasileiros.
Em apenas 100 dias de governo, Lula esculhambou o marco regulatório do saneamento, trazendo insegurança jurídica para o setor, desincentivando investimentos privados e deixando mais distante a universalização dos serviços de fornecimento de água e tratamento de esgoto para dezenas de milhões de famílias; paralisou a implantação do novo ensino médio e mandou arrumar dinheiro para restabelecer o custeio dos sindicatos, eterna fonte de enriquecimento ilícito de seus dirigentes; agrediu o agronegócio, desprezando o maior sustentáculo econômico do país; estimulou veladamente as invasões de propriedades rurais e deu cargos na administração federal a líderes do MST; atacou a autonomia do Banco Central para sabotar o combate à inflação e poder aumentar desenfreadamente os gastos com benesses sociais e botou a companheira Dilma na presidência do banco dos Brics com salário mensal de mais de 220 mil reais.
Em apenas 100 dias de governo, Lula revelou-se o grande pacificador da nação que havia prometido ser durante campanha, dedicando-se a destratar os adversários com discursos raivosos, manifestar desejos de vingança contra desafetos e propor medidas para cercear a liberdade de expressão e calar a voz dos oponentes.
Resumindo, em apenas 100 dias de governo, conquistamos 20 anos de retrocesso.
Como escreveu o jornalista Mario Sabino, ao concluir um artigo publicado no dia 1° de janeiro onde antevia o desastre que se desenhava com o retorno de Lula ao poder, “que os próximos quatro anos nos sejam leves. O máximo que pode acontecer de bom para o país é nada. Esperemos nada.”
Não aceitam-se reclamações de quem fez o L.