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Bloco de Notas

Publicado por Caio Gottlieb em

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Teve presença maciça dos associados e foi abrilhantada por inúmeras autoridades estaduais e municipais, além de representantes de diversos segmentos do agronegócio, a assembleia de eleição e posse da nova diretoria do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná). A casa cheia demonstrou o prestígio do ex-presidente Irineo da Costa Rodrigues e do seu sucessor Roberto Kaefer, que comandam, respectivamente, a Lar Cooperativa Agroindustrial e a Globoaves, duas gigantes da avicultura nacional. Reflete, também, o protagonismo recuperado pela entidade sob a liderança de Irineo e a certeza de que nas mãos de Kaefer, que também participava da gestão anterior, o trabalho terá continuidade. No final do dia, os novos dirigentes foram recebidos em audiência no Palácio Iguaçu pelo governador Ratinho Junior, que renovou seus compromissos de apoio a um dos setores mais pujantes da economia paranaense. O estado é o maior produtor e exportador de carne de frango do Brasil.

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Ainda será submetida à apreciação do Senado, mas já recebeu o “agrément” do governo argentino a indicação de Julio Glinternick Bitelli para ser o novo embaixador do Brasil em Buenos Aires, uma das funções mais estratégicas nas relações internacionais do país. Paulista de Santo André, formado em Direito pela Universidade de São Paulo, com mestrado em Administração Pública pela Harvard Kennedy School, nos Estados Unidos, Bitelli está na carreira desde 1987. É um dos quadros mais preparados da diplomacia brasileira, já tendo chefiado as nossas embaixadas na Tunísia, Colômbia e Marrocos, sua missão mais recente. Alguns anos atrás, tive o privilégio de entrevistá-lo no programa Jogo Aberto da TV Tarobá aproveitando sua visita a familiares residentes na cidade. Ele é casado com d. Lizy, irmã do conhecido advogado cascavelense Huberto Mählmann.

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Assustou a sociedade brasileira a descoberta pela Polícia Federal do plano de atentados em larga escala que o Primeiro Comando da Capital, a maior organização criminosa do país, pretendia deflagrar contra diversas autoridades, incluindo ações de sequestro, extorsão e assassinato não apenas delas, mas também de seus familiares, destacando-se como alvo principal o senador Sergio Moro. Desfeita em adiantada fase de gestação, a onda de atos violentos seria uma represália às medidas tomadas pelo ex-juiz da Lava Jato contra o crime organizado quando esteve à frente do Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro. Um dos episódios que mais provocaram a ira do PCC e do Comando Vermelho foi a decisão de Moro de isolar os chefes dessas facções em presídios federais de segurança máxima, dificultando os contatos deles com o mundo exterior através dos quais continuavam gerenciando o tráfico de drogas e mandando executar assaltos e homicídios de dentro da cadeia.

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Três fatos, aliás, chamaram muita atenção na ousada trama desmantelada com a prisão de vários envolvidos na preparação dos ataques, coroando um impecável trabalho de inteligência da Polícia Federal. O primeiro é o nível de detalhamento técnico da conjuração, elaborado nos melhores moldes empresariais. O segundo é a capacidade financeira do PCC e a disposição de seus líderes de não economizar recursos para levar a cabo a operação. E o terceiro, a merecer maiores esclarecimentos, diz respeito a supostas conexões políticas da facção que vieram à tona em conversas telefônicas interceptadas pela PF ainda em 2019, quando Moro determinou a transferência dos criminosos, só agora reveladas na íntegra. Em uma delas, um dos interlocutores destila todo o seu ódio ao então ministro da Justiça: “Esse Moro aí, esse cara é um filho da puta, esse cara é um filho da puta mesmo, mano. Ele veio pra atrasar. Ele já começou a atrasar quando veio para cima do PT. Para você ver que o PT com nós tinha diálogo. O PT tinha um diálogo com nós cabuloso, mano.” Cabuloso, na linguagem do meio, significa “interessante”. Tire suas conclusões, mano.

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Por sinal, vem bem a calhar a lembrança, resgatada recentemente pelo jornal Gazeta do Povo, das três vezes em que ministros do Supremo Tribunal Federal tomaram decisões que beneficiaram diretamente ou facilitaram as atividades de facções criminosas brasileiras. Uma delas foi quando Marco Aurélio Mello, em 2020, soltou Valter Lima Nascimento, o Guinho, antes de cumprir pena. Em liberdade, ele vinha ajudando a planejar o sequestro de Moro – ação que acabou não se concretizando. Além dele, Mello já havia libertado no mesmo ano outra liderança do PCC, responsável por tráfico internacional de cocaína, André Oliveira Macedo, o André do Rap, que até hoje está foragido. O STF também foi o responsável por inibir a ação da polícia em favelas do Rio de Janeiro, justificando que os policiais deveriam parar de entrar em áreas controladas pelas facções criminosas por causa da pandemia de Covid. A reportagem sublinha que “ações policiais especiais não cessaram totalmente, mas facções como o Comando Vermelho e o Terceiro Comando aproveitaram para se fortalecer”. Aí fica difícil.

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O homem, enfim, voltou. Com as baterias recarregadas após três meses de descanso nos Estados Unidos, ele desembarcou em Brasília sem barulho e sem festa, sem comício e sem motociata. Nem era hora para isso. Pronto pra reocupar seu espaço na arena política, Bolsonaro anunciou que vai percorrer o país trabalhando para colocar o PL e aliados em mais da metade das prefeituras no pleito de 2024. É o cabo eleitoral dos sonhos de todos os candidatos de direita. Nos intervalos da disputa política, ele terá que continuar enfrentando a perseguição, cada vez mais acirrada, da grande mídia em conluio com as altas Cortes do judiciário, que farão qualquer coisa para torná-lo inelegível. E o Brasil seguirá mais dividido do que nunca.

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A propósito, a chamada de capa da edição desta semana da revista Veja, que traz matéria abordando os primeiros 90 dias do governo Lula, diz tudo: “Até aqui, nem paz nem amor. Rancor e espírito revanchista têm impedido o presidente de cumprir uma de suas principais promessas de campanha: pacificar o país e governar para todos os brasileiros.” Completo dizendo que, à exceção de seus adoradores de carteirinha, só os incautos e ingênuos votaram no velho encantador de serpentes acreditando que ele iria saldar o compromisso. É Lula sendo Lula, para surpresa de ninguém.

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Ganharam força nas últimas semanas novas suspeitas de que o coronavírus não foi produto de um mero acidente da natureza. Extensa reportagem publicada pelo jornal novaiorquino The Wall Street Journal, baseada em documento confidencial entregue recentemente à Casa Branca e a membros do Congresso, revelou que o Departamento de Energia dos Estados Unidos considera que a Covid-19 “muito provavelmente” surgiu de um incidente em um laboratório de Wuhan, na China. Não é o primeiro órgão do governo americano que levanta essa teoria. Antes dele, ainda em 2021, o FBI divulgou um relatório onde já indicava ter “convicção moderada” de que o vírus havia vazado do centro de pesquisas chinês. Sobre essa pandemia, como diria Shakespeare, há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar  nossa vã filosofia.

Categorias: OPINIÃO

3 comentários

André Gavranic · 03/04/2023 às 22:00

Belíssimo e interessante (ou cabuloso?) artigo, principalmente os tópicos finais. Parabéns!!!

Félix Archanjo Bordin · 03/04/2023 às 19:22

Oi caro amigo Caio Parabéns por tuas colocações sempre visando o bem e progressos em nosso País Um abraço e Sds

    Osvaldo Romio Zaniolo · 03/04/2023 às 21:37

    Parabéns Caio! Enfim uma opinião ponderada, madura e lógica o que nos faz pensar que nem tudo está perdido na imprensa brasileira o que renova as nossas esperanças.

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