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Bloco de Notas

Publicado por Caio Gottlieb em

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Decidido a reescrever a história e limpar na marra a ficha criminal de Lula, o TSE, cada dia mais parecido com a Corte suprema de um estado de exceção empenhado em utilizar todos os métodos ilegais para impedir a reeleição do presidente Bolsonaro, determinou que a Jovem Pan terá de dizer, em seus programas “Morning Show” e “Os Pingos nos Is”, que Lula foi inocentado e que Sergio Moro não era o juiz responsável pelos processos da Lava Jato relacionados ao petista. Falta muito pouco para os tiranetes de toga concluírem que fomos nós que roubamos o Lula.

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Escudando-se na decisão camarada dos ministros do STF que anularam os processos a que ele respondeu pelo envolvimento no esquema de roubalheira na Petrobras, Lula passou a campanha eleitoral apregoando que não deve mais nada à Justiça. O problema é que as condenações a mais de 12 anos de prisão que lhe foram impostas na Operação Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e que o mantiveram na cadeia em Curitiba por 15 meses, não foram extintas. Mas talvez estejamos perto de chegarmos a um veredicto definitivo sobre a real situação judicial do ex-presidente. Um grupo de empresários do agronegócio está oferecendo um prêmio de 1 milhão de reais para quem apresentar qualquer sentença que declare a inocência ou a absolvição do ex-presidente dos crimes que lhe foram imputados. A grana está disponível desde setembro.

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Diante da escalada autoritária do ministro Alexandre de Moraes no comando do Tribunal Superior Eleitoral, disparando ordens de proibição de publicações em redes sociais e censurando o noticiário de jornais, rádios e TVs, praticamente suprimindo no país a liberdade de expressão e de opinião sem que a sociedade brasileira esboce uma reação mais firme para conter a afronta à Constituição, o jornalista J.R. Guzzo evocou a advertência famosa do teólogo alemão Martin Niemöller: “Quando os nazistas levaram os comunistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles apanharam os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando pegaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles vieram me buscar, já não restava ninguém para protestar.” É assim que nascem as ditaduras.

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Sobram evidências de que as discrepâncias mais notórias das pesquisas de intenção de voto do Ipec (ex-Ibope) e do Datafolha divulgadas às vésperas do primeiro turno das eleições, com maior diferença entre os números das sondagens e o resultado das urnas, foram em desfavor de aliados do presidente Jair Bolsonaro. Um levantamento feito pela Gazeta do Povo apontou que dos 11 erros mais graves cometidos nas previsões dos dois institutos nada menos que oito se referem a disputas que envolveram candidatos apoiados por Bolsonaro. Dada a relação umbilical que ambas as empresas têm com a Rede Globo e com o jornal Folha de S. Paulo, os dois veículos da grande mídia que fazem a oposição mais raivosa ao presidente da República, não parece ser mera coincidência.

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Aliás, um dos exemplos mais emblemáticos ocorreu na eleição para o Senado no Paraná, onde o Ipec, no sábado, apontou que Alvaro Dias (Podemos) seria reeleito, o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) ficaria em segundo lugar e o deputado federal Paulo Martins estaria relegado à terceira posição com apenas 14% das intenções de voto. Abertas as urnas, Moro conquistou a vaga com 33,5% da preferência dos eleitores e Martins despontou logo atrás com 29%. Não há como negar que a pesquisa na véspera pode ter induzido uma parcela significativa dos eleitores a mudar o voto e prejudicado o desempenho do parlamentar bolsonarista, que vinha em tendência de crescimento nos últimos dias da campanha. Um erro escandaloso. Um caso de polícia.

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Nada é mais fácil em uma campanha eleitoral do que vender esperanças. Assim como Lula, que vem anunciando que a sua vitória vai garantir mais dinheiro no bolso dos brasileiros para que todos possam saborear uma suculenta picanha nos almoços de domingo, o seu companheiro socialista Alberto Fernández, em 2019, na disputa pela presidência de uma Argentina mergulhada em mais uma crise econômica, também prometeu dias melhores com a volta do bife de chorizo à mesa dos hermanos, que figuram entre os maiores apreciadores da proteína no mundo. Hoje, o consumo de carne bovina no país vizinho é o menor em um século. Ainda há tempo para o peronista Fernández cumprir a promessa, enquanto tenta tirar a nação do abismo inflacionário que deve passar de 100% neste ano. Seu mandato termina em novembro de 2023.

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Pérola do cantor e compositor baiano Caetano Veloso, revelando seus valores morais e éticos ao menosprezar o colossal esquema de corrupção que marcou os governos do PT, para justificar seu voto em Lula: “Os bilhões da Petrobras não são nada…” Verdade. Não são nada. A turma tem capacidade para fazer coisa muito maior.

Categorias: OPINIÃO

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