O bom filho à casa torna
Nomeado por Lula para o Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa viveu os últimos anos sendo xingado de traidor pelo PT por sua atuação implacável como relator do processo do escândalo do Mensalão, a grande roubalheira de dinheiro público que marcou o primeiro governo do petista e levou para a cadeia importantes figurões da sigla.
Era inaceitável que o então magistrado, hoje desfrutando da dolce vita de aposentado do STF, tivesse tido o atrevimento de promover a condenação exemplar de criminosos apadrinhados justamente por quem o presenteou com o cargo.
Afinal, ele foi colocado lá para protegê-los e não para puni-los.
Mas sempre é tempo para se redimir.
Surgindo de supetão nesta semana na cena política, o ex-ministro reparou sua ingratidão divulgando, sem um pingo de vergonha na cara, um vídeo em que declara apoio a Lula e diz que Bolsonaro não é um homem sério.
Ao bandear-se para o lado onde estão os meliantes que sentenciou por corrupção (aos quais só falta agora pedir perdão pelos dissabores que causou), Barbosa demonstrou o que entende por seriedade.