Apesar de tudo e de todos
Depois de ficar de fora do ranking em 2019, o Brasil voltou a figurar no rol dos 25 países mais confiáveis para o investimento estrangeiro elaborado anualmente pela renomada consultoria norte-americana A.T. Kearney.
Divulgado há poucos dias, o índice é definido por uma somatória de pontos extraídos das respostas de executivos das 500 maiores empresas do mundo ao avaliarem a probabilidade de suas companhias realizarem investimentos diretos no exterior nos próximos três anos.
Pela oitava edição consecutiva, como era de se esperar, os Estados Unidos lideram o levantamento, seguidos por Canadá, Alemanha, Japão e França, completando o top cinco.
Explicando o retorno do Brasil ao seleto clube, onde ocupa o 22º lugar e aparece como único representante da América Latina, o relatório da Kearney diz que “a aprovação da reforma da previdência e os esforços do governo para ampliar as privatizações, que devem estimular o crescimento da economia, foram os fatores que impulsionaram a percepção positiva para investimentos no país”.
Ainda que a justificativa seja bastante plausível, é preciso admitir que diante da interminável sequência de desatinos cometidos por integrantes dos três poderes da República, gerando instabilidades políticas crônicas e enxovalhando a imagem da nação no exterior, chega a ser um milagre que ainda mereçamos a confiança dos investidores internacionais.
O Brasil, em sua secular vocação para a autofagia, é um fenômeno que precisa ser melhor estudado.
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