Momento de decisão

Baixada a poeira das históricas manifestações de julho e aproveitando-se da distração do mundo com outros problemas, o governo de Cuba editou diversos decretos para legalizar uma repressão ainda maior aos movimentos oposicionistas e evitar a repetição das passeatas que, enfrentando a fúria assassina das forças de segurança que deixou dezenas de mortos e centenas de feridos e desaparecidos, levaram milhares de pessoas às ruas de inúmeras cidades para clamar por comida e remédios e pedir o fim do comunismo.

Como se ainda existisse alguma liberdade de expressão na pobre nação caribenha comandada há mais de 60 anos pela sanguinária ditadura fundada por Fidel Castro, a nova legislação estabelece formalmente a censura na internet, passando a considerar delito a “divulgação na rede de notícias falsas, mensagens ofensivas e difamação com impacto no prestígio do país”.

Genéricas para permitir a adoção das mais amplas e arbitrárias medidas para calar os adversários, as determinações autorizam o estado a dizer o que é crime é o que não é.

Ainda na mesma linha, visando dissuadir a organização de novos protestos, o texto também enquadra como terrorismo cibernético ações para “subverter a ordem constitucional, suprimir ou desestabilizar gravemente o funcionamento das instituições políticas e de massas”.

Criaram-se, assim, fundamentos jurídicos para justificar aos olhos da opinião pública internacional o endurecimento do regime contra seus opositores.

Sem eleições livres e democráticas para mudar a situação pacificamente, aos cubanos só restam duas opções: conformar-se com a sua triste realidade e seguir afundando na terrível miséria social e econômica que impera na ilha (menos para as castas dirigentes) ou rebelar-se e derrubar a ditadura comunista.

O poder emana do povo e a ele cabe assumir o controle do seu destino.

Coragem, Cuba.