Liberou geral
Nem só da benevolência do Supremo Tribunal Federal vivem as esperanças dos políticos de alto coturno enrolados em acusações de corrupção, como é o caso do ex-presidente Lula, agraciado pela Corte com a anulação de seus processos e condenações na Operação Lava Jato.
E não se pense que a leniência dos juízes com as práticas delituosas de figurões da vida pública é um privilégio restrito ao PT.
Mostrando que também sabe tratar com o devido respeito gente importante envolvida em falcatruas, a Justiça Federal de Brasília acaba de absolver o ex-presidente Michel Temer, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, o ex-ministro Geddel Vieira de Lima e os outros dez réus no processo aberto a partir das investigações do chamado “Quadrilhão do MDB”.
Na ação penal agora extinta, o Ministério Público Federal apontou Temer como líder de uma organização criminosa composta por correligionários, que teria atuado em diversos órgãos públicos, como Petrobrás, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e Câmara dos Deputados, em troca de propinas de mais de R$ 587 milhões.
Geddel, a propósito, era um dos donos daqueles famosos 51 milhões de reais em dinheiro vivo (cena que ilustra esta nota) que estavam escondidos em um apartamento em Salvador e foram apreendidos pela Polícia Federal em 2017 na Operação Tesouro Perdido.
Condenado pelo STF nesse caso a mais de 14 anos de prisão por lavagem de dinheiro e organização criminosa, o emedebista baiano ficou alguns meses na cadeia e atualmente, por decisão do mesmo STF, encontra-se em prisão domiciliar.
Desviar recursos públicos neste país, definitivamente, não é ilícito para preocupar ninguém.
Basta ter grana para contratar bons advogados que tenham influência nos tribunais que tudo se resolve.
No reino da impunidade dos ricos e poderosos só fica no xilindró quem rouba galinhas.
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