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Bloco de Notas

Publicado por Caio Gottlieb em

1. Tem certeza que é isso mesmo?

A pesquisa Genial/Quaest desta semana jogou no ventilador uma daquelas contradições que só a política brasileira consegue produzir sem corar. Segundo o levantamento, 62% dos brasileiros acham que Lula não deveria se candidatar à reeleição em 2026. É uma rejeição esmagadora — o tipo de número que, em qualquer lugar minimamente lógico, enterraria de vez qualquer pretensão eleitoral. Mas não aqui. Apesar disso, Lula aparece liderando os cenários de segundo turno, com vantagem sobre os nomes da direita — à exceção de Jair Bolsonaro, com quem está em empate técnico. Ou seja, a mesma maioria que diz “não queremos mais” acaba dizendo “mas pode ser ele mesmo”. Difícil de entender? Sim. Inexplicável? Talvez nem tanto. Pode ser desinteresse, pode ser confusão, pode ser só mais um daqueles mistérios tropicais. Mas que é estranho, é. Recomenda-se que as próximas pesquisas venham acompanhadas de manual de interpretação — ou de tarô.

2. Globoaves: 40 anos voando alto na avicultura

A Globoaves, com sede em Cascavel, no Paraná, completa quatro décadas de protagonismo na avicultura nacional. Especializada na produção de ovos férteis, pintos de um dia e também ovos destinados à fabricação de vacinas, a companhia é reconhecida como uma das pioneiras em genética avícola no Brasil, com presença internacional — incluindo unidades na Argentina e no Paraguai. Comandada pelo empresário Roberto Kaefer, que também preside o Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), a Globoaves se consolidou como uma marca icônica do agronegócio brasileiro, ajudando a posicionar o país na vanguarda da avicultura mundial. Quarenta anos depois, segue firme mostrando que, quando o DNA é forte, até o ovo tem pedigree.

3. O clube perdeu alguns sócios, mas ninguém ficou pobre

A nova lista da Forbes reduziu o número de bilionários brasileiros de 69 para 56. A culpa? A alta do dólar e a desvalorização do real, que afundaram fortunas abaixo da linha do bilhão (em dólar, claro). Mas nem tudo são lágrimas de caviar: os dez mais ricos continuam sorrindo com uma soma superior a US$ 121 bilhões. Enquanto isso, os mortais seguem lutando para manter o limite do cartão acima de zero. É como dizem: a crise só é crise mesmo quando chega aos salões dos iates.

4. Festval: onde o cuidado com as pessoas vem antes de tudo

Pelo sexto ano consecutivo, a rede de supermercados Festval, uma das maiores do Paraná, foi laureada como uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil, segundo o Great Place to Work. E para dar ainda mais brilho à premiação, o grupo também recebeu o selo inédito de Bem-Estar Emocional, comprovando o cuidado com a saúde mental dos colaboradores. Preparando-se para inaugurar sua 32ª loja no estado, o Festval mostra que dá para crescer, inovar e cuidar de gente — tudo ao mesmo tempo e com qualidade certificada.

5. Novo recorde no campo, mas os velhos problemas seguem firmes

O Brasil deve colher em 2025 uma supersafra de 328 milhões de toneladas de grãos. Porém, como de costume, boa parte dessa riqueza será perdida — não por praga, nem por clima. Mas por logística precária e falta de estrutura para armazenagem. O país tem capacidade para guardar apenas 64% do que colhe. O resto se perde em silos improvisados, estradas esburacadas e portos congestionados. É como cozinhar para um batalhão e não ter nem geladeira. No país que alimenta o mundo, ainda falta um plano decente para guardar o próprio almoço.

6. Maduro presenteia MST com terra — e a gente torce por mais

O ditador venezuelano Nicolás Maduro doou 180 mil hectares ao Movimento Sem Terra do Brasil. Isso mesmo: 180 mil hectares. O presente foi dado em reconhecimento à parceria que Lula, em seu primeiro mandato, firmou com o caudilho Hugo Chávez, mentor e padrinho de Maduro, levando militantes do bando a implantar projetos agro-socialistas no país vizinho. A sugestão aqui é simples e patriótica: que o déspota bolivariano doe mais terras. Cem mil, duzentos, um milhão de alqueires. Leve todo o MST pra lá. O agronegócio, principal sustentáculo do superávit da nossa balança comercial, ficaria muito grato. O direito de propriedade voltaria a ser respeitado. E os agricultores brasileiros poderiam novamente produzir e dormir em paz. Se a Venezuela gosta tanto desses meliantes, que fique com eles por tempo indeterminado. Em regime de comodato permanente.

7. Lar mergulha na piscicultura, pronta pra nadar de braçada

Uma das maiores cooperativas agroindustriais do país, a Lar, sediada em Medianeira, no Oeste do Paraná, decidiu ampliar seu cardápio de produção no ano em que está celebrando seu 61º aniversário de fundação. Com a inauguração de uma unidade de piscicultura em São Miguel do Iguaçu, a empresa passa a atuar também na produção de peixe, começando pela tilápia. É um segmento em crescimento no mundo todo, em ritmo de forte expansão também no mercado interno. Abatendo mais 1,1 milhão de frangos diariamente em seus frigoríficos de Matelândia, Cascavel, Rolândia e Marechal Cândido Rondon, a Lar já é a terceira maior companhia do país no setor.

8. Caiado se lançou sozinho no dia em que Bolsonaro abraçou Ratinho

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, fez o anúncio oficial sua pré-candidatura à presidência da República pelo União Brasil em um evento na Bahia. Um detalhe chamou atenção: ninguém apareceu. Nenhuma figura de peso do próprio partido, tampouco de outras siglas. Caiado tenta se colocar no jogo presidencial como quem monta uma banda de um homem só. Ao mesmo tempo, no Paraná, o ex-presidente Jair Bolsonaro fazia uma visita ao governador Ratinho Júnior. Almoçaram juntos, trocaram afagos públicos e reafirmaram uma aliança política que já dura três eleições. Bolsonaro segue dizendo que será candidato. Mas, se não puder, Ratinho Júnior é hoje um dos nomes mais bem posicionados para herdar o espólio político do capitão. Enquanto Caiado tenta abrir caminho na marra, Ratinho vai recebendo os sinais, os gestos e, quem sabe, a benção.

9. CBF: Gol contra nos salários das federações

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu que era hora de mostrar sua generosidade e abriu seus cofres. Após a reeleição de Ednaldo Rodrigues como presidente da entidade, os salários dos 27 presidentes das federações estaduais saltaram de R$ 50 mil para R$ 215 mil mensais, um reajuste de 330%. Coincidentemente, Rodrigues foi reconduzido ao cargo por unanimidade. Agora, com as contas bancárias mais gordas, os presidentes das federações podem celebrar a “fidelidade” ao líder máximo do futebol brasileiro. Já nos gramados, a Seleção Brasileira amarga sua pior campanha nas Eliminatórias, com direito a uma derrota histórica por 4 a 1 para a Argentina. Parece que, no jogo político da CBF, quem marca gol é o bolso dos dirigentes, enquanto o torcedor é goleado pelos vexames do escrete canarinho. Que fase.

10. Trump e o tarifaço: jogada de mestre ou tiro no pé?

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu o que prometeu e anunciou um tarifaço global: 10% sobre todas as importações, com taxas adicionais de 34% para a China e 20% para a União Europeia. A ideia é simples: forçar empresas estrangeiras a implantar suas fábricas em solo americano e trazer de volta as americanas que se espalharam pelo planeta. Mas, como alertam 9 entre 10 economistas, essa estratégia protecionista pode ser o convite perfeito para uma recessão mundial. Afinal, realocar parques industriais não é como mudar os móveis da sala; leva tempo, dinheiro e paciência — coisas que o mercado não tem de sobra. A preocupação já começa dentro de casa. O presidente do FED, Jerome Powell, manifestou inquietação com os possíveis efeitos inflacionários dessas medidas e, diante disso, já sinaliza com a retomada do aumento da taxa de juros, que até então vinha em trajetória de queda. Para piorar, especialistas alertam que o tarifaço pode provocar uma nova desorganização das cadeias de produção globais — como vimos durante a pandemia — cujos efeitos, aliás, o mundo ainda não conseguiu superar completamente. Enquanto isso, a China, com sua capacidade industrial colossal, pode aproveitar o vácuo deixado pelos EUA para expandir ainda mais sua influência global. Ou seja, na tentativa de “Make America Great Again”, o republicano pode acabar “Making China Even Greater”. Só o tempo dirá.

Categorias: OPINIÃO

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