Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o nosso site e as páginas que visita. Tudo para tornar sua experiência a mais agradável possível. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com o monitoramento descrito em nossa Política de Privacidade.

Lockdowns: o remédio que adoeceu o mundo

Publicado por Caio Gottlieb em

Durante a pandemia, quando o mundo foi fechado a cadeado, questionar os lockdowns era quase crime de pensamento.

Quem ousava desafiar a ortodoxia do “fique em casa” (o ex-presidente Jair Bolsonaro que o diga) era acusado de negacionismo, insensibilidade, egoísmo.

Pois bem. O tempo passou, a poeira baixou, e os dados — como sempre acontece — começaram a falar mais alto que os slogans.

Agora, um grupo de pesquisadores da Universidade de Princeton, com credenciais robustas e nenhuma suspeita de alinhamento ideológico com “teóricos da conspiração”, publicou um estudo que joga luz sobre o que muitos de nós já intuíamos: os lockdowns falharam. E falharam não apenas em eficácia sanitária, mas também como política pública.

A análise, que será publicada em livro nos Estados Unidos e já repercute no New York Times, sustenta que o custo dos lockdowns — social, econômico e psicológico — foi imenso e desproporcional aos benefícios reais obtidos em termos de controle da pandemia.

As conclusões não vêm de um manifesto político, mas de uma revisão rigorosa de evidências empíricas. E o que se vê é alarmante: os lockdowns não reduziram significativamente a mortalidade por Covid-19, mas contribuíram diretamente para a deterioração da saúde mental, a explosão da desigualdade, o fechamento de milhões de pequenos negócios e o colapso educacional de uma geração.

Eu, como jornalista, sempre me opus a esse modelo de contenção total, arbitrária e simplista. Não por instinto de contrariedade, mas por um princípio básico de racionalidade: quando se adota uma medida extrema, ela precisa vir acompanhada de evidência incontestável, de proporcionalidade e de revisão constante. Nada disso aconteceu.

O que se viu foi uma política de pânico, conduzida muitas vezes por governantes inseguros, pressionados por manchetes, guiados mais pelo medo de serem acusados de omissão do que por responsabilidade técnica. A ciência virou escudo político. E o custo, agora mensurável, foi jogado no colo da sociedade.

É claro que não se trata de negar a gravidade da pandemia. Mas de reconhecer, com honestidade, que a ideia de que se poderia “congelar” o mundo até que o vírus desaparecesse era, no mínimo, ingênua. No máximo, desastrosa.

O estudo de Princeton confirma que houve exagero, erro e autoritarismo disfarçado de zelo. E quem levantou dúvidas na época — muitas vezes chamado de irresponsável — agora é chamado de… estatisticamente correto.

Infelizmente, isso não desfaz o estrago. Mas pode, ao menos, evitar que os mesmos erros se repitam numa próxima crise sanitária — e que a liberdade não seja mais trancada junto com as portas do comércio.

Categorias: OPINIÃO

1 comentário

Marcos Villanova de Castro · 01/04/2025 às 17:40

O mesmo com relação às máscaras, Caio. Também já foi cientificamente comprovada sua inutilidade. E as “vacinas”? A cada novo dia surjem milhares de sequelas delas decorrentes, o que indica o óbvio: elas jamais poderiam ter sido impostas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *