O sonho vai ter que esperar
Tudo indica que deve decolar para ir pousar no fundo de alguma gaveta do Palácio Iguaçu e lá permanecer por um bom tempo o projeto do acalentado Aeroporto Regional do Oeste.
Diante do início dos voos comerciais regulares em Toledo e da construção, em pleno andamento, do novo terminal de passageiros de Cascavel, que, aliás, a partir de julho e agosto, respectivamente, começará a receber aeronaves a jato da Azul e da Gol, pode-se dizer que ficará sem sentido, ao menos por ora, fazer investimentos em uma nova estrutura aeroportuária na região, mesmo porque não existem recursos dando sopa em qualquer esfera governamental para a execução da obra, orçada em mais de 250 milhões de reais.
Aliás, o que está se vendo é justamente o contrário: a União contingenciando seus orçamentos e reduzindo o tamanho da máquina para não aumentar o déficit das contas públicas e não incorrer em crime de responsabilidade fiscal.
Nesse caso, de que adiantaria, é de se perguntar, o governo do estado tirar do seu minguado caixa cerca de 30 milhões de reais para adquirir a área, deixar o dinheiro lá empatado e ficar esperando o restante da grana cair do céu em um futuro imprevisível, enquanto setores essenciais têm necessidades mais imediatas?
Sejamos sensatos: tendo à disposição o aeroporto internacional de Foz do Iguaçu (que está sendo ampliado), mais um bom aeroporto de porte médio em Cascavel e ainda o bem equipado aeródromo de Toledo, a região estará bem servida de transporte aéreo pelos próximos anos.
E sejamos também realistas: enquanto as reformas (principalmente a previdenciária) não se concretizarem, não haverá um centavo de verba pública para grandes obras de infraestrutura.
Como escreveu José Saramago, “o mal não é ter uma ilusão, o mal é iludir-se”.