Os bandidos tentam se proteger
É bastante provável que a esmagadora maioria dos brasileiros que acompanharam nos últimos dias o noticiário envolvendo o Coaf, destacando a criticada decisão preliminar da Câmara Federal (a ser ainda confirmada em plenário) de tirá-lo do comando do ministro da Justiça, Sergio Moro, e colocá-lo na estrutura do Ministério da Economia, sequer saibam o que esse órgão é, o que faz, como funciona e porque, enfim, provoca tamanha celeuma.
Vamos ao xis da questão: o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, representado pela sigla Coaf, tem a missão de produzir inteligência financeira e promover a proteção dos setores econômicos contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.
Dentro de sua rotina de trabalho, ele recebe, examina e identifica ocorrências suspeitas de atividade ilícita e comunica às autoridades competentes para instauração de procedimentos.
Além disso, coordena a troca de informações para viabilizar ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.
Sua composição reúne técnicos especializados das seguintes instituições: Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários, Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União, Departamento de Polícia Federal, Ministério da Justiça, Ministério das Relações Exteriores, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Secretaria da Receita Federal, Superintendência de Seguros Privados e Ministério da Fazenda.
Resumindo em poucas palavras, o Coaf tem a função de identificar os fluxos financeiros que, através da lavagem de dinheiro, alimentam a corrupção e o crime organizado.
A pergunta, portanto, é muito simples, como também é a resposta: a quem interessa tirar o Coaf da jurisdição do temido juiz responsável pelos processos judiciais da Operação Lava Jato, que vem empreendendo a maior caça a criminosos de colarinho branco da história do país?
Aos próprios.