Agora é com a gente
Opostos na essência, mas simbolicamente ligados, os dois eventos aconteceram quase ao mesmo tempo por uma coincidência histórica e expressaram de forma contundente o sentimento dominante no país.
Em Brasília, os ministros Dias Toffoli, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello recebiam o repúdio da imensa maioria da nação ao se unirem para fazer o Supremo Tribunal Federal proibir o início do cumprimento da pena após condenação na segunda instância, que vinha sendo um dos principais pilares do sucesso da Operação Lava Jato.
Enquanto isso, em Foz do Iguaçu, onde proferiu palestra sobre o seu projeto de lei anticrime, além de ser homenageado com o título de Doutor Honoris Causa pela universidade UDC, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, era recebido pela plateia com vibrantes aplausos e intensa ovação em reconhecimento ao que ele fez justamente como juiz da Lava Jato ao mandar para a cadeia os políticos e empresários que se juntaram no gigantesco esquema de corrupção que saqueou a Petrobras.
A mensagem desses dois momentos tão diferentes entre si é uma só: devemos nos inspirar na coragem de Moro e seguir em frente, acreditando que é possível evitar que o Brasil se eternize como um refúgio seguro para os criminosos ricos e poderosos.
Perdemos uma batalha, mas não a guerra.
Resta-nos, então, daqui pra frente, pressionar o Congresso Nacional para alterar o frágil preceito constitucional em que se apegou a banda podre do STF para sabotar a luta contra a impunidade.
Ou seja, apesar de tudo, ainda há esperança.
Está em nossas mãos.
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